Crítica | Peter Pan
Em 1911, J.M Barrie publicou sua maior (e única) grande obra: Peter e Wendy. O livro que surgiu de uma peça de teatro encantou milhares de pessoas na época e fez do personagem principal aquilo que ele sempre desejou ser: Imortal.
A história de Peter Pan foi adaptada diversas vezes para o cinema, e agora a Warner Bros. nos apresenta sua própria versão da história do garoto que não quer crescer.
Nessa nova adaptação, somos apresentados ao passado de Peter, que foi deixado em um orfanato pela sua mãe quando ainda era um bebê e aos 12 anos foi sequestrado por um navio pirata e levado até a Terra do Nunca. Lá, começou a trabalhar como escravo do Barba Negra (interpretado por Hugh Jackman), e é nessa terra que ele conhece os clássicos personagens como o Capitão Gancho (Garrett Hedlund), que se torna um aliado; e a princesa Tigrinha (interpretada por Rooney Mara), que também ajudará Peter nessa aventura afim de derrotar o vilão que deseja destruir o refúgio das fadas.
No elenco, também temos Amanda Seyfriend (que interpreta a mãe do protagonista), e uma rápida aparição de Cara Delevingne como uma sereia.
O longa dirigido por Joe Wright (‘Anna Karenina’ e ‘Orgulho e Preconceito’) até tem boas cenas de aventura, a fotografia é lindíssima, o 3D é bem utilizado, possui efeitos especiais interessantes e uma premissa que tinha tudo para fazer de Peter Pan um ótimo filme… se não fosse o roteiro.
Enquanto a Disney tem humanizado seus personagens, sejam eles princesas ou vilões, a Warner parece seguir o caminho inverso. Peter Pan tem vilões caricatos e personagens rasos, além de apresentar um roteiro fraco e limitado. Os personagens eternizados por J.M Barrie aparecem quase irreconhecíveis…
Enquanto o Peter Pan de Barrie é rebelde, arrogante e egocêntrico, o Peter do novato Levi Miller é apenas um garoto esperto à procura de sua mãe. Sem contar o Capitão Gancho, que nessa versão é charmoso e bom moço.
A essência da Terra do Nunca se perde nessa adaptação que possui piratas que cantam hinos de rock, e se distancia do universo que conhecemos seja no livro ou em outras adaptações mais fiéis a história.
Sendo assim, Peter Pan pode até funcionar bem como uma aventura infantil, mas, dificilmente agradará ao público adulto e fãs do personagem que ganharão um filme com muitos efeitos e pouca alma.
É, Warner… Talvez seja melhor deixar os contos de fadas pra Disney.
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