1. Foi
na Rua Visconde de Itaúna, próximo à Praça Onze, que nasceu o
samba. Uma roda de amigos improvisava versos na casa de uma das
moradoras do morro, a tia Ciata (Hilária Batista de Almeida).
2. Em
6 de agosto de 1916, o grupo criou o samba carnavalesco O
Roceiro,
que caiu no
gosto do povo. Donga, um dos participantes, resolveu
registrar a canção em seu nome, com
título de Pelo
telefone.
Quando ela foi gravada, em 1917, os outros integrantes do grupo -
Germano Lopes da Silva, Hilário Jovino Ferreira, João da Mata,
Sinhô e tia Ciata -
reivindicaram direitos pela composição. Donga
contestou essa versão.
3. O
nome "samba" vem de uma língua africana chamada banto,
falada em Angola. Há
duasversões para sua origem: ou ele deriva do
termo semba (bater
umbigo com umbigo), ou
é uma junção de sam(pagar)
e de ba (receber).
Nas antigas rodas de escravos se praticava
a umbigada, dança em que
dois participantes davam bordoadas um no baixo-ventre do outro.
4. A
palavra samba foi utilizada pela primeira vez em 1838, pelo frei
Miguel do Sacramento
Lopes da Gama. O nome apareceu em uma quadrinha
publicada na revista pernambucana
"Carapuceiro". Na
ocasião, o termo foi usado para distinguir um dos tipos de música
introduzidos pelos escravos africanos - ainda não era o samba que
conhecemos hoje.
5. Na
década de 1920, o samba começou a se firmar no mercado cultural do
Rio de Janeiro.
Surgiam as primeiras indústrias nacionais de discos,
e os bailes carnavalescos estavam em
alta. Os compositores Sinhô e
Caninha foram os primeiros a entrar na cena.
6. Em
1930, surgem Noel Rosa e Ary Barroso, que levam o ritmo popular às
classes médias.
É também nessa época que são criadas variações
do samba como samba-canção, samba-
choro, samba de breque e
samba-enredo.
7. Com
o advento da globalização, elementos norte-americanos são aos
poucos inseridos na
cultura brasileira. Um dos resultados disso é o
surgimento da bossa-nova, que mistura samba
com jazz e blues.
Destacam-se Tom Jobim e João Gilberto.
8. O
samba rural designa um conjunto de sambas que eram praticados no
interior do Estado
de São Paulo e em sua capital. Foi uma invenção
dos negros escravos e ex-escravos, que
costumavam executá-lo durante
as romarias feitas em devoção a São Benedito e outros
padroeiros.
Reunidos nos barracões, onde se alojavam, eles promoviam disputas de
improviso musical entre pessoas de cidades diferentes ao som de uma
espécie de zabumba
e de outros instrumentos de percussão. As letras
falavam de coisas do dia-a-dia, e continham
dois ou quatro versos,
que eram repetidos até que alguém entendesse a mensagem e
respondesse. Uma dança de fileira acompanhava o batuque. Homens e
mulheres se dividiam,
e enquanto um grupo avançava, o outro recuava.
9. Segundo
alguns pesquisadores, é a influência do samba rural no samba tocado
hoje nos
Carnavais paulistanos que explica o fato de ele ser mais
lento e cadenciado do que o carioca.
A referência mais antiga ao
ritmo está presente em um documento escrito em uma fazenda
de
Piracicaba em 1856.
10. Na
capital paulista, o samba rural se misturou ao carioca e resultou no
cordão, um tipo de
bloco carnavalesco. Muitas das escolas de samba
de São Paulo surgiram de cordões. Entre
elas estão a Camisa Verde
e Branco, a Vai-Vai e a Lavapés/Liberdade, considerada a
escola mais
antiga ainda em atividade. Os cordões desapareceram na década de
1960,
quando os desfiles das escolas foram oficializados segundo os
moldes do Carnaval do Rio
de Janeiro.
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