Ivan Guimarães Lins, nasceu em 06 de junho de 1945, na Tijuca, Rio de Janeiro. A infância e a juventude se dividiu entre este bairro, Niterói e Boston, Estados Unidos, onde viveu de 1947 a 1950.
“Minha lembrança da infância começou nos Estados Unidos. Lá, onde eu ouvia música, eu ia atrás e desaparecia. Minha mãe ficava louca. Nessa época, ela tentou me colocar em uma escola de música, para aprender um pouco de teoria, mas não quis. Preferi ficar com meus discos do Walt Disney. Pinóquio era a minha trilha favorita”.
“A música americana foi minha primeira referência musical. Stephen Foster sempre foi e é, até hoje, um dos meus grandes ídolos. Mesmo depois que voltei a morar no Brasil, sempre que tinha oportunidade de retornar aos Estados Unidos, entrava em contato com essas referências musicais”.
“Quando morei em Niterói, em 1953, era garoto e já escutava os programas da Rádio Nacional. Emilinha, Marlene e Cauby eram os meus favoritos. Queria voltar mais cedo da escola, só para chegar a tempo de ouvir os que gostava mais, como a Hora da Broadway.”
“Em 56, quando saí de Niterói e voltei ao Rio, fomos morar novamente na Muda. Nessa época, ingressei no Colégio Militar, onde fui aprender meu primeiro instrumento, o trompete. Cheguei a ingressar na banda do colégio, mas fiz apenas uma participação, já que não conseguia decorar as partituras. Teoria musical não era o meu lance.”
“Era fascinado por jazz. Tinha um colega do colégio, que sempre me chamava para ouvir uns discos, que seu pai trazia de viagens dos Estados Unidos. Ali, virei fã de Frank Sinatra, Nat King Cole”.
Os Festivais, o Movimento Artístico Universitário, os primeiros sucessos
“Foi somente em 63, que assisti ao programa da Bibi Ferreira e vi uma apresentação do Tamba Trio. Ali, comecei a apreciar a música brasileira. Sempre, é claro, tudo que tinha influência do jazz, pois até então, ouvia pouca música brasileira”.
“Quando tinha 19 anos, formei o Alfatrio, com colegas da faculdade de química, que cursava na UFRJ. Essa época, era uma febre de trios no Rio de Janeiro. Já nos apresentávamos em bares e colégios da Tijuca, onde eu morava. Já gostava de João Gilberto, Tom Jobim, Carlos Lyra.”
“Já em 1974, em “Modo livre”, iniciei a parceria com Vitor Martins, com quem completo hoje, 40 anos de estrada. Outras canções da década, que também lancei foram, Chama acesa, Começar de novo, Madalena, Dinorah, Dinorah. Tive grandes intérpretes como Elis Regina, Simone, Nana Caymmi, Emílio Santiago, Leny Andrade, Zizi Possi, Gal Costa. “
Novas parceiras, a carreira e o reconhecimento internacional, a criação da gravadora Velas
“As turnês no exterior, a carreira internacional foi intensificada a partir de meados da década de 80 e, começou com as gravações de minhas músicas por artistas como George Benson, Sarah Vaughan, Ella Fitzgerald, Carmen MacRae e Quincy Jones; que mais tarde, veio a se tornar um amigo pessoal, que culminou com a criação da Dinorah Music, ligada à produtora de Jones”.
“Em 1991, fundei com o meu parceiro musical Vitor Martins, a gravadora independente Velas, que lançou artistas como Guinga, Chico Cesar, Lenine e produziu discos de Zizi Possi e Fátima Guedes”.
Projetos atuais e futuros
“Estou comemorando os 40 anos de parceria musical com Vitor Martins, com o lançamento de um CD de 14 faixas, já em fase de masterização, com a regravação de músicas de minha autoria e de Vitor, mas já gravadas por outros artistas e que são pouco conhecidas do grande público.”
“Como sou muito curioso, para o futuro, ainda penso em produzir trabalhos de samba tradicional, sertanejo e uma obra de Ciro Monteiro, quem sabe”.
Mensagem final
“Acredito que a música brasileira é baseada em um tripé formado pelo belo, simples e novo”
O "gentleman" Ivan Lins é o compositor perfeito pra intérpretes femininas intensas e apaixonadas pela arte de cantar.
Eleger suas principais seguidoras não é tarefa fácil, por isso desta vez nem me atrevi a traçar listas. Penso em 4 nomes fundamentais e só irei discorrer sobre eles!
Eleger suas principais seguidoras não é tarefa fácil, por isso desta vez nem me atrevi a traçar listas. Penso em 4 nomes fundamentais e só irei discorrer sobre eles!
- Simone Bittencourt de Oliveira (na foto acima, com Ivan)
Se há alguém a quem Simone deve bastante em sua trajetória é Ivan Lins. E a afinidade entre ambos é gritante: no palco eles se entrosam de maneira invejável e a moça recupera o ar de dignidade em sua carreira quando interpreta suas composições - o que a faz voltar pra linha assobiável que ostentava assim que começou, e que foi um tanto prejudicada no decorrer da década de 80. O grande destaque, na minha opinião, é o álbum "Baiana da Gema" (2004), no qual Simone navega com profundidade e finesse nas composições de Ivan (entre baladas e sambinhas). O músico também foi idealizador do álbum e ainda tocou piano (e cantou) em algumas faixas. ("Dandara" é a minha preferida!)
Há de se destacar: o carinho sincero nutrido mutuamente entre os artistas.
Há de se destacar: o carinho sincero nutrido mutuamente entre os artistas.
- Zizi Possi
Claro que, antes de escrever alguma coisa aqui eu fiz uma pequenina "pesquisa" de campo entre meus colegas de redes sociais até chegarmos a algum consenso entre quais seriam as principais intérpretes de Ivan Lins. Alguns apontaram Zizi como a preferida - ou a que pelo menos tem o universo "mais a ver" com a esfera do compositor. Eu concordo - acho que o encontro de ambos é iluminado e Zizi - que é um medalhão da MPB, lapida ainda mais a poesia de Ivan. Minha preferida: a sua versão para a belíssima "Bilhete".
- Elis Regina
"Ivan Lins conta que a morte de Elis Regina não só desorientou os compositores que a tinham como referência, como também diminuiu a cobrança por melodias de qualidade nos andares de cima da MPB. Nas próprias palavras de Ivan, muita gente resolveu "soltar a franga" e abraçar de vez a demanda por música de consumo, uma vez que Pimentinha não estava lá para castigá-los com seu desdém." Nesse trecho, transcrito de uma matéria do Jornal Estado de São Paulo, dá pra perceber o quanto Ivan aprendeu e amadureceu após a partida da cantora, que eternizou hinos seus como "Aos nossos filhos"e "Madalena".
- Leila Pinheiro
Leila Pinheiro é outra cantora que empresta sua suavidade peculiar e doçura que toda obra de Ivan requer. É com ela que fechamos nossa lista,
Próximos Shows:
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DOMINGO
Ivan Lins
ILHÉUS
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SEGUNDA-FEIRA
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SÁBADO
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VITÓRIA DA CONQUISTA
17 Outubro
DOMINGO
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RIO GRANDE DO NORTE
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