A grande atração da noite de sexta-feira (19) dentro da
programação da 31ª Feira do Livro de Canoas foi a
presença da escritora Alice Ruiz, seguido do pocket show de
sua filha Estrela Leminski, acompanhada do marido, Téo
Ruiz e o do flautista e compositor Bernardo Bravo. Com
mediação do poeta Ricardo Silvestrin, Alice falou sobre
como foi introduzida na poesia e foi provocada por Silvestrin
a definir o que é poesia. "Eu não sei o que é poesia. Eu sei
o que não é poesia", respondeu prontamente a escritora que
foi casada com um dos maiores nomes da poesia nacional,
Paulo Leminski. Alice comentou que não era muito dada à
poesia, na realidade até não gostava, mas tudo mudou
quando conheceu a obra de Mario Quintana. "A identificação
com Quintana foi imediata, ele quebrava completamente
aquele tipo de elaboração. Ele coloquializou a poesia", disse
a escritora que, curiosamente, realizou sua primeira oficina
de haicai na Casa de Cultura Mario Quintana, em Porto
Alegre. "Ali descobri para o que nasci".
Ricardo Silvestrin, amigo de muitos anos de Alice, conduziu
a conversa para os questionamentos estéticos do trabalho
da escritora. Avessa à rótulos, Alice disse que nunca se
preocupou em estar inserida nessa ou em outra corrente.
"Nunca tive a intenção de ocupar um lugar em tal corrente
literária. Nunca me senti uma poeta concreta. Essas coisas
foram meio que acontecendo. Simplesmente se apossou de
mim e, desde aquele momento, eu passei a ler teoria sobre
poesia, ler vários poetas. A gente tem que se especializar,
trabalhar, não pode ficar só naquela de esperar o passarinho
pousar no ombro", refletiu Alice. No final, Alice falou sobre a
coragem de ser poeta e que uma das funções da poesia é
quebrar regras.
O pocket de Estrela
Logo depois, a filha Estrela Leminski, acompanhada do
marido Téo Ruiz e do flautista, compositor e produtor
cultural Bernardo Bravo, assumiram o palco para mostrar um
trabalho calcado nas parcerias poéticas e musicais do pai
com vários outros compositores e no trabalho autoral. Entre
histórias sobre o pai levadas com muito bom humor, Estrela
contou que, por mais estranho que pareça para os que
conheceram Paulo Leminski, ele gostava mesmo era de
punk rock e de ver filmes de faroeste. Estrela trouxe
canções como "Sei dos Caminhos", "Hoje é tão Bonito",
parceria de Paulo com Edvaldo Santana e Fortuna;
"Saudade", de Estrela e Anelise Assumpção, filha de Itamar
Assumpção; além de "Navio" e "Será", da fase mais recente
de Estrela
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