Recordista de troféus em 26 edições do Prêmio da Música Brasileira (PMB), Maria Bethânia não concorreu em nenhuma categoria na cerimônia realizada na quarta-feira, 10, mas foi o centro da noite. Homenageada pelos 50 anos de carreira, ela ouviu artistas interpretarem seu repertório e textos que fizeram parte de seus shows. Bethânia foi aplaudida de pé pela plateia do Teatro Municipal, no Rio.
Tocada, ela terminou o PMB recitando o agradecimento que usa em sua turnê comemorativa: "Agradecer aos senhores que acolhem e aplaudem esse milagre. Agradecer, ter o que agradecer, louvar e abraçar". Depois, empolgada, caiu no samba, puxando o irmão Caetano Veloso para acompanhá-la.
O PMB é a mais longeva e abrangente premiação do gênero do País. Faz mapeamento amplo da produção musical do País: foram 106 indicados em 26 subcategorias, abarcadas em gêneros como MPB, canção popular, instrumental e erudito. Nesta edição, os vencedores - escolhidos por 20 jurados, todos críticos de música e artistas, que partiram de um universo de inscritos de 977 CDs e 101 DVDs - acabaram ofuscados pelo protagonismo de Bethânia.
Os principais, com dois troféus cada, foram os cantores Ney Matogrosso, Fernanda Takai e Alceu Valença, o bandolinista Hamilton de Holanda e o grupo baiano Ganhadeiras de Itapuã - as onze integrantes vestiam roupas de baiana.
"Pedimos a Deus por esse prêmio, é uma felicidade muito grande", disse uma delas, dona Maria do Xindó. Na primeira participação na premiação, o conjunto, com cantigas e sambas de roda, conquistou os prêmios de melhor grupo e melhor CD na categoria regional.
"Não se trabalha para ganhar prêmio, mas é o reconhecimento de um trabalho", disse Ney, concorrente na vasta categoria pop/rock/reggae/hiphop/funk e escolhido melhor cantor e também pelo CD Atento Aos Sinais.
"É um prêmio sério e de prestígio, o mérito dele é prestar atenção em tudo o que está acontecendo. Fico feliz, quando não estou aqui, estou assistindo", afirmou Fernanda Takai, enquadrada na categoria canção popular - ela recebeu pelo disco Na Medida do Impossível e pelo projeto visual.
Com 11 troféus do PMB em casa, Hamilton de Holanda, vencedor como solista e pelo CD Hamilton de Holanda Trio, elogiou a abrangência da premiação. 'Só aqui você vê o auge do eletrônico junto com o erudito."
No palco, Alcione, vencedora como cantora de samba, contou uma história que aconteceu com ela e Maria Bethânia em Salvador. As duas foram parar no fogão, 'cozinhando e cantando, toda trabalhada no Geraldo Vandré". 'Ela é a diva de todas as divas, mas essa criatura já me aprontou algumas coisas e eu vou te botar na praça!", disse Alcione, divertindo o público e a própria amiga Bethânia.
Gilberto Gil venceu com o DVD Gilbertos Samba Ao Vivo. Ao chegar ao teatro, disse que nem sabia qual era a sua indicação. 'Vim pela Bethânia." Ele não participou do tributo à amiga no palco, que reuniu Caetano Veloso,
Nana Caymmi
- a cantora brasileira favorita da homenageada -,
Adriana Calcanhotto,
Arnaldo Antunes e Zélia, entre outros.
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