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terça-feira, 19 de julho de 2016

Uma coletânea dupla em homenagem ao centenário do samba.



Tenha sido no Rio de Janeiro ou na Bahia, dependendo da visão de cada pesquisador musical, o samba nasceu em data imprecisa. Contudo, para efeitos oficiais, o  gênero veio ao mundo em 26 de novembro de 1916, dia em o compositor carioca Ernesto Joaquim Maria dos Santos (1890 - 1974), o Donga, registrou na Biblioteca Nacional o amaxixado samba Pelo telefone(Donga e Mauro de Almeida), de autoria controvertida. É por isso que o centenário do samba é festejado oficialmente neste ano de 2016. É por isso também que, de olho na efeméride e no público estrangeiro que chega em breve ao Rio por conta dos jogos olímpicos, as gravadoras já começam a despejar no mercado fonográfico lançamentos alusivos ao centenário do ritmo.


Uma coletânea dupla - cujos dois volumes são vendidos de forma avulsa - está sendo lançada neste mês de julho em edição da Universal Music. Os discos Samba 100 vol. 1 e Samba 100 vol. 2 agregam, juntos, 35 gravações do gênero nas vozes de bambas de várias gerações. Inexistentes nas capas das edições digitais já à venda no iTunes, mas destacados nas imagens dos discos postos em pré-venda nos sites de lojas físicas, os subtítulos de cada volume são imprecisos como a verdadeira data de nascimento do samba.


O do volume 1, por exemplo, De Donga a Jobim, não se justifica, já que a seleção deste primeiro disco inclui gravações feitas após o aparecimento de Antonio Carlos Jobim (1927 - 1994) como a de Argumento (Paulinho da Viola, 1975) na voz de Beth Carvalho, a de O mar serenou (Candeia, 1975) na voz de Clara Nunes (1942 - 1983) e a de Mas que nada (Jorge Ben Jor, 1963) na voz e no violão revolucionário do autor Jorge Ben.

O subtítulo do volume 2, De Cartola a Caetano, tampouco é preciso. Afinal, Cartola (1908 - 1980) foi redescoberto nos anos 1960, mas as origens da obra do compositor carioca remontam ao final da década de 1920.


Conceitos elásticos à parte, a seleção do segundo volume inclui Mineira (João Nogueira e Paulo César Pinheiro, 1975) na voz do autor João Nogueira (1941 - 2000), E vamos à luta(Gonzaguinha, 1980) com Alcione, Na batucada da vida (Ary Barroso e Luís Peixoto, 1934) em interiorizada interpretação de Elis Regina (1945 - 1982) e No mistério do samba (Joyce Moreno, 2014), em gravação recente, lançada há dois anos por Maria Rita.

fonte G1

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