System of a Down provoca caos na plateia com replays.
Atração principal do Palco Mundo, a banda mostrou um set list longo, com 27 músicas e momentos de guitarrada extrema e loucura igualmente extrema na plateia.
Muitos fãs foram obrigados a pular "por osmose", já que estavam rodeados por pessoas saltando sem parar.
Rolaram desmaios de sobra (pelo menos três logo no começo) e sinalizadores no meio do povo. E teve, claro, palmas fora de ritmo ao som de metal circense.
Em dado momento, a onda dos fãs foi tentar agarrar a grua que sustentava a câmera de filmagem do show.
Com sua voz que vai do som de gatinho aos berros de ogro, o vocalista e líder do System of a Down, Serj Tankian, comandou uma apresentação que pode ser considerada tudo, menos monótona.
"Aerials" rendeu um bom coro, assim como “BYOB”, que fez os fãs se renderem ao suingue hard rock do System.
Algo em comum com 2011
O set teve algumas semelhanças se comparado ao do Rock in Rio 2011, como o fechamento com as mesmíssimas "Toxicity", com participação de Chino Moreno, do Deftones, e "Sugar".
"Prison song" abria e agora foi a terceira a ser cantada. Como há quatro anos, "Chop Suey" continua emendando com "Lonely day". A plateia fingiu que não sabia que isso aconteceria.
A banda repete seus truques. Mas também repete o mesmo poder de controlar a plateia e fazê-la entrar em transe com os riffs de Daron "cara de maluco" Malakia. Na parte final do show, ele inventou de puxar uns versos de "Physical", de Olivia Newton-John.
Queens of the Stone Age tem revanche e topless no Rock in Rio
#Reviravolta e #Nudez podem parecer tags exageradas, mas dá para usar sem medo na linha do tempo do Queens of the Stone Age no Rock in Rio. Quatrorze anos após um show desastroso na abertura do Iron Maiden no festival, com um baixista pelado e metaleiros hostis, a banda voltou ao evento com mais roupa e mais moral. Fez um show redentor nesta quinta-feira (24). Talvez incentivadas pela história do show passado, fãs tiraram a roupa e fizeram topless na plateia.
Tudo bem que a banda já fez shows melhores, inclusive no Brasil. O setlist deixou de fora os dois ótimos primeiros discos, com exceção de "Regular John". Essa foi tocada com arranjo alterado, ainda mais robótico. Não rolaram "Feel good hit of the summer" e "Lost art of keeping a secret". Até entre as mais recentes, deixaram de fora a sensual "Make it with chu". Mas o Queens tem que fazer força para realizar um show ruim, e não foi o caso aqui.
O baixista não é mais Nick Oliveri. É um (bem) vestido Michael Shuman. Exceto um "ôôô" de "No one knows" aqui e uma pirada em "Little sister" acolá, não foi uma grande comoção na plateia. Josh Homme não é de papagaiadas e não estava de bom humor como no Lollapalooza 2013, por exemplo. Mas o público não deixa de vibrar e reverenciar o Queens - impressionante o quanto a banda subiu de patamar entre o primeiro e este show no festival.
O grupo não fez nenhum show em 2015, exceto uma apresentação surpresa em Los Angeles no dia 10, na certa para tirar as teias de aranha. O disco que domina o setlist "...Like Clockwork" (2013) é mais reflexivo, composto por Josh Homme após uma experiência de quase morte no hospital. Músicas como "Vampyre of time and memory", sem a pegada das antigas, até que funcionam bem ao vivo. Tudo mais do que suficiente para mostrar que, 14 anos depois, o jogo virou para o Queens.
Johnny Depp convence no papel de rockstar com Hollywood Vampires
Johnny Depp entrou no palco fumando e, com cigarrilha na boca, fez pose de guitar hero (deve ter estudado, com método, Keith Richards, do Rolling Stones) e até convenceu como rockstar no show do Hollywood Vampires nesta quinta-feira (24) no Rock in Rio.
Com marquinha de "mordida de vampiro" no pescoço lembrando o Capitão Jack Sparrow, seu personagem da franquia "Piratas do Caribe", o ator ganhou intermináveis gritinhos das fãs perto e longe da grade.
É de se cogitar a hipótese de que teria ocorrido exatamente o mesmo se ele ficasse ali parado – e com as suas belíssimas guitarras desligadas.
Discreto, Depp não teve momentos exatamente notáveis: foi apenas um único solo de destaque, com slide na faixa "Whole lotta love", cover de Led Zeppelin. Contou ainda com apoio de sua groupie particular: a eposa, a atriz Amber Heard, dançou animada todo o tempo na beirada do Palco Mundo.
De resto, a apresentação, cheia de covers, lembrou a de uma (super) banda de formatura de luxo que toca clássicos de rock antigo. E formada por estrelas como Alice Cooper, Joe Perry (Aerosmith) e Duff McKagan e Matt Sorum (ex-Guns N' Roses). O clima era de jam e reunião de velhos amigos.
O repertório do Hollywood Vampires no Rock in Rio teve só uma música própria, "Raise the dead". O resto é cover, como "My Generation" e "I'm a boy", do Who; "Break on through", do Doors; "Cold turkey", de John Lennon; "Another brick in the wall", do Pink Floyd; e "Whole lotta love", do Led Zeppelin (nesta, os vocais foram de Lzzy Hale, do Halestorm).
Além disso, a banda tem versões de músicas do próprio Alice Cooper, como "School's out", com participação de Andreas Kisser, do Sepultura. Zak Starkey, filho do ex-Beatle Ringo Starr, também deu canja.
O nome The Hollywood Vampires é o mesmo de uma famosa urma de rockstars que se reunia para beber em Los Angeles nos anos 1970. Os amigos daquela época incluíam Alice Cooper, John Lennon, Keith Moon, Harry Nilson e Mickey Dolenz, do Monkees. Também circularam por ali Jimi Hendrix e Jim Morrison, líder do Doors. Vários deles tiveram imagens exibidas no telão logo no começo do show.
Membro verdadeiramente hollywoodiano da banda, Johnny Depp não mereceria um Oscar pelo trabalho de guitarrista. Talvez, apenas pelo apego ao figurino: a despeito do calor da Cidade do Rock, manteve um visual repleto de adereços durante quase todo o show.
Pouco a pouco, se desfez da boina, do colete e da camisa. Restaram "só" a camiseta e uma espécie de bandana (de novo) à la Keith Richards.
De qualquer modo, foi um desempenho superior a alguns de seus recentes fracassos na carreira de ator, caso dos infelizes "O cavaleiro solitário" (2013) e "Mortdecai: A arte da trapaça" (2015).
Deftones faz show eficiente e direto ao ponto no Palco Sunset
Em pouco menos de uma hora, o Deftones deu conta com facilidade de fazer um bom encerramento no Palco Sunset do Rock in Rio na noite desta quinta-feira (24). Sem muito falatório ou enrolação, a banda de metal alternativo deixou o espaço cheio - mas não lotado, como o Korn na sexta-feira (19).
A banda retornou ao festival 14 anos depois de show no Palco Mundo que a revelou para boa parte do público brasileiro. O vocalista Chino Moreno chegou mais cheinho, mas com a mesma energia de antes. Subiu e dançou nas caixas de som e abraçou bandeira do Brasil. A voz, que varia entre o melódico e arrastado ao rock rasgado, ainda está em cima.
O guitarrista Stephen Carpenter apareceu com uma guitarra de curiosa estampa da Louis Vuitton. Os cabelos ao ventilador completavam a imagem que parecia mais de um figurante de show pop - não era o caso, claro. A banda realiza bem as variações particulares de dinâmica, que vão além do rap-rock-rap do nu-metal. Eles começaram associados ao gênero, mas conseguiram se descolar.
Dá para notar uma esfriada no público quando eles tocam músicas do disco mais recente, "Koi No Yokan (2012)", como "Tempest". Mas não é caso de show desanimado. A banda manteve o fôlego mesmo depois de uma tragédia. O baixista Chi Cheng, figura marcante no show do Rock in Rio 2001, sofreu um acidente em 2008 e morreu em 2013.
No meio do show, Chino Moreno revela uma camiseta do Morrissey. É um anúncio do que está por vir: ele já disse em entrevistas que o próximo disco da banda, que pode sair ainda em 2015, terá influências do ex-Smiths. Eles ainda tocam nesta sexta (25) em São Paulo, no Anhembi, com o System of a Down.
CPM 22 faz show emocionante, com hits no começo e coro de 'Uh CPM'
A estreia do CPM 22 no Rock in Rio foi mesmo "pé na porta", como o baterista Japinha havia prometido
Um dia antes de abrir a programação do Palco Mundo nesta quinta-feira.
A banda deixou a falação de lado e emendou quase todos seus hits nos primeiros 15 minutos de show.
"Regina Let's Go", "O mundo dá voltas", "Tarde de Outubro", "Dias atrás" e "Não sei viver sem ter você" vieram emendadas logo no começo.
A tática deu certo, mas fez com que a apresentação desse uma esfriada a partir da sexta canção, "Atordoado".
Segundo convite
O CPM havia sido convidado para o festival em 2011, na noite de Metallica e Motörhead, mas recusou pelo risco de ser hostilizada pelo público. Antes do show, o baterista Japinha também disse que agora a programação estava mais "adequada" ao som deles. Esta quinta é dia de rock pesado, com Queens of the Stone Age e System of a Down.
A banda completa 20 anos de carreira e por isso apresentou um setlist passando por todas as fases do CPM 22. "Um show de celebração", havia resumido Japinha.
Várias vezes o cantor mencionou o quanto o grupo estava apreensivo com a reação dos fãs de System of a Down e Queens of the Stone Age, que fecham a programação desta noite.
"Confesso que fiquei dois dias sem dormir", resumiu ele, um pouco emocionado e muito suado. "Sei lá o que falar vamos tocar... Foda-se", completou.
O grupo até se arriscou com uma cover ("Sheena is a punk rocker", dos Ramones), mas o público respondeu melhor com músicas do CPM.
Além da sequência matadora que abriu, o coro veio com força em "Um minuto para o fim do mundo". Badauí parou de cantar e a Cidade do Rock fez as vezes de vocalista. Gostando ou não da banda, foi de arrepiar.
Antes da música "Ontem", fãs do CPM 22 no meio do público fizeram um coro contra a presidente Dilma, que durou 15 segundos. "Quem planta m... colhe b...", respondeu o guitarrista Luciano, no Palco Mundo.
O show acabou com "Desconfio". Logo antes dela, Badauí pediu que abrissem uma "rodinha" no meio da plateia. Foi atendido.
Ele também pediu punhos cerrados para o ar e, mais uma vez, o público seguiu as ordens do vocalista. Nem nos sonhos do CPM a plateia deveria estar tão entregue.
"Confesso que fiquei dois dias sem dormir", resumiu ele, um pouco emocionado e muito suado. "Sei lá o que falar vamos tocar... Foda-se", completou.
O grupo até se arriscou com uma cover ("Sheena is a punk rocker", dos Ramones), mas o público respondeu melhor com músicas do CPM.
Além da sequência matadora que abriu, o coro veio com força em "Um minuto para o fim do mundo". Badauí parou de cantar e a Cidade do Rock fez as vezes de vocalista. Gostando ou não da banda, foi de arrepiar.
Antes da música "Ontem", fãs do CPM 22 no meio do público fizeram um coro contra a presidente Dilma, que durou 15 segundos. "Quem planta m... colhe b...", respondeu o guitarrista Luciano, no Palco Mundo.
O show acabou com "Desconfio". Logo antes dela, Badauí pediu que abrissem uma "rodinha" no meio da plateia. Foi atendido.
Ele também pediu punhos cerrados para o ar e, mais uma vez, o público seguiu as ordens do vocalista. Nem nos sonhos do CPM a plateia deveria estar tão entregue.
Lamb of God 'destrói' no Sunset com show de hits para estrear bem no Rio
As imagens de destruição no telão na abertura do show indicavam que o Lamb of God não planejava apenas passear no Rock in Rio, que marcou a estreia da banda na cidade. Surgido nos anos 90, o grupo foi o terceiro a subir no Sunset nesta quinta-feira (24) e escolheu repertório de hits para fazer o público "bater cabeça" do início ao fim.
Só duas músicas do disco novo, "VII: Stum und Drang", foram tocadas, em sequência: "Still echoes" e "512" (terceira e quarta do setlist, respectivamente). Entre ambas, o vocalista Randy Blythe fez questão de elogiar a banda que tocaria em seguida, Deftones, de quem são parceiros.
"É uma das minhas bandas preferidas (...) Fazem uma ótima 'sexy music'", disse, pedindo aplausos para o grupo.
Mas foi mesmo nas clássicas que a plateia levantou mais. Não à toa, a banda apostou em porradas para abrir ("Walk with me in hell" e "Something to die for") e fechar ("Vigil", "Laid to rest", "Redneck" e "Black label") o setlist, que teve ainda "Ruin", Hourglass" e "Set to fail". Um show com cara de "greatest hits", para agredecimento dos fãs.
Dias sombrios
Antes do Palco Sunset do Rock in Rio, "dias sombrios" se passaram na vida de Randy Blythe. Este é o nome do novo livro ("Dark days", ainda sem edição em português) em que o músico de 44 anos lembra a acusação de homicídio na República Tcheca.
Halestorm seduz com musa Lzzy Hale e rock genérico no Rock in Rio
Guitarrista e vocalista, ela mostrou voz poderosa em bom show no Sunset.
Grupo de hard rock foi formado em 1997, quando a líder tinha 13 anos.
Com seu hard rock pesadinho mas genérico, a banda americana Halestormagradou o público que passou pelo Palco Sunset do Rock in Rio nesta quinta-feira (25). Foi um bom show. Muito por causa da talentosa guitarrista e vocalista Lzzy Hale, candidata a musa do festival, e da simpatia do baterista Arejay Hale, irmão de Lzzy.
Apesar de ter sido um pouco sabotada pelo som que abafava sua voz rasgada, Lzzy seguiu confiando nos berros (Courtney Love invejou isso). Também troca mais vezes de guitarra do que Rod Stewart troca de figurino.
Já Arejey foi meio "mão de alface" e mostrou pouca perícia na hora de agarrar a baqueta que ele mesmo jogava para o alto (foram necessárias três tentativas). Ainda assim, se saiu bem no geral. Ao menos no quesito interação. Fez um questionável solo de bateria, com citações de Kiss e AC/DC, mas disse que quer se mudar para o Rio. "Preciso de alguém para dividir a casa", confessou.
O Halestorm entrou no Sunset mostrando uma de suas faixas mais conhecidas, "Love bites (so do I)", que em 2013 rendeu o Grammy de melhor performance de hard rock/metal. Ao receber o prêmio, a banda já era quase veterana. O grupo havia sido criado em 1997, quando Lzzy tinha 13 anos de idade, e Arejay, 10.
Embora tenha algumas baladas no repertório, o Halestorm preferiu apostar nas faixas mais pesadas neste show no Rock in Rio. Sábia decisão. Músicas como "Amen", "I am the fire" e "I like it heavy" tiveram aprovação.
Antes desta última, Lzzy mostrou que não tem medo de apelar aos clichês do gênero. "Só existe uma regra a ser seguida aqui", avisou. "Quando eu mandar 'gritem', vocês fucking gritem!". E todo mundo fucking gritou.
Em outros momentos, pediu palmas, chifrinhos com as mãos, fez coraçãozinho e mostrou aguçado senso de dever institucional, ao dar "parabéns, Rock in Rio, pelos seus 30 anos!". Na única mais lentinha do set, "Here's to us", que nem estava inicialmente prevista, Lzzy comandou uma coreografia de mãos para cima.
Por fim, veio "I miss the misery", que rendeu um bom coro do público. E Lzzy foi embora. Mais tarde, ela deve voltar à cena, mas no Palco Mundo. Vai dar uma canja no show do Hollywood Vampires, ao lado do (candidato a muso) Johnny Depp e do Alice Cooper, que não é bobo nem nada e a convidou para cantar "Whole lotta love", do Led Zeppelin.
Project46 e John Wayne reabrem festival com metal em tom de crítica
Dois representantes do metal nacional se encontraram no Palco Sunset na reabetura do Rock in RIo, pouco depois das 15h desta quinta-feira (24). Sob um calor de 40°C, as bandas Project46 e John Wayne fizeram um show quente e marcado por críticas sociais e por palavras de afirmação da cena brasileira no ritmo dominado por estrangeiros.
"Estamos mostrando para o mundo que existe metal de qualidade no Brasil", desabafou Flavio Figueiredo, vocalista da Wayne, a primeira a a subior no palco - além dele, compõem o grupo Rogério Torres (guitarra), Junior Dias (guitarra), Edu Garcia (bateria) e Denis Dallago (baixo).
O grupo começou com "Passagem" e "Quatro velas" antes de tocar a faixa título do disco "Dois lados - Parte I". Com vigor nos gritos e na movimentação, Fabio chegou a pular nos braços do público e foi carregado por alguns segundos.
O Wayne ainda emendou "Tormenta" e
"Tempestade", antes de fechar a primeira parte do show com "Lágrimas", chamando o Project46 ao palco.
A banda formada em 2008 pelos amigos de infância Caio MacBeserra (voz), Jean Patton (guitarra), Vinicius Castellari (guitarra), Rafael Yamada (baixo e voz) e Henrique Pucci (bateria) também chegou com força ao Sunset.
Iniciou já com as agressivas "Atrás das linhas inimigas" e "Violência gratuita", com o telão passando imagens de violência em manifestações, armas e símbolos políticos.
Gritos contra a presidente Dilma foram entoados, por duas vezes, por parte da plateia. As críticas duraram cerca de 15 segundos cada.
A apresentação continuou com "Erro +55", 'Empedrado" e "Se quiser" até fechar com "Vergonha na cara" e convocar o John Wayne ao palco. Com o medley "Aliança / Acorda pra vida", as duas bandas, juntas, colocaram o público para pular e gritar.
Fonte:G1
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