Cantora foi a última a se apresentar no Rock in Rio neste domingo.
Raiane trocou tapinhas com Katy e ensinou quatro palavras em português.
Como cantora, Katy Perry é uma boa apresentadora de programa infantil. Ao fechar o Rock in Rio neste domingo, apresentou um espetáculo com dançarinos, nove trocas de roupa e saiu do palco após 19 músicas. Os fãs, pode chamá-los de KatyCats, não pararam de gritar e de sacudir bastões luminosos.
Pena que até essa capacidade de entreter crianças e jovens com caras, bocas, luzinhas, perucas e roupas extravagantes tenha piorado.
Ao menos, quando se compara o divertido show que ela fez no Rock in Rio 2011 com o desta noite. E não é só o conceito circo/broadway/carnaval dançante da tia Katy que incomoda um pouco.
O tempo entre um bloco e outro não é bem preenchido: vídeo de gatinho, set farofa de DJ, canja de backing vocal afetada.
E os arranjos, ah, os arranjos... "Legendary Lovers" parece durar 20 minutos, de tão modorrenta. "Hot n' cold" em versão jazz faz a música perder o sentido. E por aí vai.(Correção: ao ser publicada, esta reportagem errou ao informar que o nome da música era "Imaginary Lovers" O erro foi corrigido às 19h13.)
'Raiaiaia'
Durante a apresentação, a cantora recebeu uma fã no palco. Rayane Souza, de 18 anos, de Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio, levou um tapa na bunda e retribuiu com um apertão.
Ao tentar pronunciar o nome da fã, Katy Perry falou algo como "Raiaiaia".
No palco, a garota ficou tentando beijar Katy Perry e foi convidada para fazer uma selfie. Ensinou a moça a falar quatro palavras em português: "beijos", "selfie" e "pizza" e "oi".
Foram 19 músicas divididas em seis blocos. A turnê de Katy que passou pelo festival é baseada no disco "Prism", de 2013. Nesta noite, oito canções foram retiradas do disco mais recente da cantora.
O que ela mais solta a voz, mostrando o lado cantora, é acústico, com "By the grace of God", "The one that got away", "Thinking of you" e "Unconditionally".
É a hora que se nota facilmente que Katy é melhor entertainer do que cantora. Timbre não se muda, e o da mocinha não é exatamente o mais agradável.
A-ha faz baile anos 1980 e tem 'air tecladistas' em show no Rock in Rio
Banda veterana promoveu releitura do 'air guitar' neste domingo (28).
Hits como 'Take on me' e 'Crying in the rain' renderam momento nostalgia.
Teve até "air telcado" no baile da saudade com sabor de anos 1980 que o A-ha fez no Rock in Rio neste domingo (27). Com hits do passado, como "Stay on these roads", "Crying in the rain", "You are the one" e a obrigatória "Take on me", o veterano grupo norueguês agradou os fãs veteranos que se intrometeram entre os jovens adoradoras de Katy Perry, última atração da noite.
Quem também seduziu foi o líder do trio, Morten Harket. Na opinião das fãs mais experientes, o senhor de 56 anos "continua lindo, mesmo de óculos e sem vestir mais aquelas calças de couro coladinhas".
Desta vez, o antigo galã apostou em jeans, com um rasgo discreto e calculado perto do joelho direito. Muito prevenido, ele esperou parar a chuva para passear pela passarela que sai do palco. O tempo na Cidade do Rock, de fato, não estava facilitando para o penteado do sempre inabalável e sofisticado frontman.
Harket pouco se comunica com o público: a prioridade são as poses de bonitão cool e os falsetes elegantes (neste quesito, ele se sai dignamente). A interação cabe ao tecladista, Magne Furuholmen. Uma questão de justiça, afinal, já que é ele o motor dos recorrentes "air keyboards", a versão anos 1980 do "air guitar" roqueiro.
Furuholmen, além disso, solta frases em português e, certa altura, pede para todo mundo acenda as luzes dos celulares (isqueiros não curtiram isso).
Mas ocorreram momentos de dispersão, principalmente quando Harket anunciava músicas do disco mais recente, "Cast in the steel", que acaba de sair. As escolhidas foram "Forest fire" e "Under the makeup". Até para os fiéis, pareceu desnecessário.
"Ah não! Quem quer saber do novo álbum?! Meu Deus...", disse uma "Mortenete" inconformada. E ela completou, reconhecendo as próprias credenciais: "Olha que faz 26 anos que eu sou fã desta merda!".
AlunaGeorge encara temporal e fãs de Katy Perry sem perder a pose
Dupla se esforçou com pop eletrônico; cantora manteve 'carão' e boa voz.
Aluna enfrentou chuva e vento e conseguiu aquecer fãs para show de Katy.
Foi comovente ver Aluna Francis caminhar elegante para a frente do palco, sob chuva forte, quase engasgada com o próprio cabelo ao vento ao cantar "Best be believing". A música do primeiro e único disco do duo AlunaGeorge não passaria perto do Palco Mundo do Rock in Rio até os 45 minutos do segundo tempo, quando a cantora sueca Robyn cancelou os shows de abertura para Katy Perry e, de tabela, o Rock in Rio.
A dupla londrinha de pop eletrônico moderninho - ao vivo, vira trio - foi substituta esforçada na noite deste domingo (27). Em condições normais de temperatura e escalação, fariam um show bombante na tenda eletrônica, se o Rock in Rio investisse neste estilo com outros festivais. Em estreia no Rio, aproveitaram o campo molhado e fizeram bom jogo. Mesmo ainda no segundo time do pop, conseguiram aquecer fãs para a estrela maior.
Aluna Francis e George Reid são fãzocas de r&b dos anos 90, mas também gostam de Radiohead, o que resulta em colagens eletrônicas interessantes. A voz distorcida no refrão de "Your drums, your love" é uma das coisas mais bonitas da música pop atual. Faria gente se arrepiar em um local mais intimista. Na imensidão do Palco Mundo, vira só a trilha sonora da sala de espera gigante para doutora Katy Perry - com A-ha ainda na triagem.
O esforço aeróbico e vocal da esguia e molhada Aluna não foi em vão, no entanto. "White noise", que ela gravou no disco bem tocado do Disclosure, teve alguma reação. “This is how we do it”, clássico r&b anos 90 de Montell Jordan, também fez gente sacodir os bastõezinhos promocionais. Quando não sabiam a letra das músicas - ou seja, sempre - alguns puxavam um "êêê, ôôô" igualmente anos 90, de bailinho dançante. Rolou esse coro em "Supernatural".
A chuva até ajudou o AlunaGeorge. Ficou difícil não reparar no esforço da cantora com pose de modelete e boa voz. O figurino tropical, com flor no cabelo e saia branca esvoaçante, virou um belo desastre. Muita gente parecia pular para se aquecer, ou para fazer a espera molhada menos sofrida. Mas os músicos de Londres estavam mais à vontade sob a chuva - como bons londrinos - do que os cariocas incomodados no tempo ruim - como bons cariocas.
Rio 450' fecha Palco Sunset com show dançante debaixo de chuva
Homenagem contou com 9 cantores, como Alcione, Maria Rita e Simoninha.
Público se divertiu com mistura de ritmos mesmo com o mau tempo.
'Rio 450' fecha Palco Sunset com show dançante debaixo de chuva
Homenagem contou com 9 cantores, como Alcione, Maria Rita e Simoninha.
Público se divertiu com mistura de ritmos mesmo com o mau tempo.
A homenagem “Rio 450” fez o público dançar mesmo debaixo de chuva no Palco Sunset, neste domingo (27), último dia de Rock in Rio. O show foi uma mistura de artistas de estilos diferentes. Cantaram Alcione, Gabriel, o Pensador, Simoninha, Buchecha, Roberta Sá, Fernanda Abreu, Maria Rita, Léo Jaime e Davi Moraes.
O filho de Moraes Moreira foi o primeiro a subir ao palco. Ele é o único artista que participou de todas as edições do Rock in Rio. O telão fez uma homenagem a Davi, mostrando ele pequeno tocando ao lado do pai na edição de 1985.
A primeira parceria da noite foi dele ao lado de Simoninha, que levantou o público com “Aquele abraço”. Simoninha também mostrou entrosamento com Gabriel, o Pensador, em “Solitário surfista”. Gabriel continuou sozinho no palco para cantar “Até quando”, que protesta contra o sistema político do país. Ele foi aplaudido de pé pelo público.
A partir daí, a chuva castigou os presentes no Palco Sunset. Ainda assim, o público mostrou presença de espírito para dançar em “W Brasil”, cantada por Simoninha e Buchecha, e “O Morro não tem vez/ A voz do morro”, interpretada por Alcione.
Quase todas as canções foram cantadas em dupla, pelos artistas. Eles mostraram entrosamento, principalmente Gabriel e Simoninha. Em “Samba do avião”, música que fechou a apresentação, os nove artistas cantaram juntos no palco.
O ponto baixo ficou por Fernanda Abreu, que teve “Rio 40 graus” cortada do setlist, e foi substituída por Buchecha e Simoninha em “W Brasil”. A carioca está com faringite e só subiu ao palco na última música ao lado dos outros artistas, mas apenas para tocar.
Alcione no Palco Sunset
Roberta Sá no Palco Sunset
Davi Moraes toca no show em homenagem aos 450 anos do Rio, neste último dia de Rock in Rio. No telão, Davi Moraes quando criança tocando ;Brasileirinho
Al Jarreau volta ao Rock in Rio em show de jazz, bossa nova e carisma
Americano recebeu Marcos Valle disse que bossa nova mudou sua vida.
Brincalhão e com estilo malandro, Jarreau emocionou com 'Your song'.
Foi a deixa para chamar ao palco o convidado da noite, um dos grandes exportadores da bossa nova, Marcos Valle. Juntos, fizeram um dueto bilíngue em "Samba de verão"/"So nice" e, mais tarde, repetiriam a dose em "Os grilos"/"Crickets sing for Anamaria".
A plateia curtiu, mas o momento mais emocionante foi antes de Valle entrar, no início da apresentação. Após a bela abertura com "Black and blues", Al Jarreau cantou sua versão de "Your song" (Elton John e Bernie Taupin), sendo acompanhado em peso pelo público - em dia de programação pop no festival, a apresentação foi como um oásis para adultos que levaram seus filhos e sobrinhos à Cidade do Rock.
O bom humor de Jarreau era visto a cada intervalo. Com sorriso fácil, brincou, disse que amava o Rio e até se proclamou carioca ao adaptar trecho de "Ela é carioca" (Vinicius de Moraes e Tom Jobim). A canção, alías, voltou a ser lembrada por Jarreau ao fim do show. Quando todos os músicos já haviam deixado o palco, caminhou sozinho, lentamente, cantarolando com sotaque: "Ela é cariôca, ela é cariôca...".
Al Jarreau e Marcos Valle se abraçam
A simpatia também serviu para contornar um pequeno problema técnico. Na entrada de Valle, o teclado do brasileiro pareceu desconfigurado. Enquanto tudo se ajeitava, Jarreau olhava para a plateia e pedia para que devolvesse o "piano". "Foi você", brincava apontando o dedo para qualquer um.
Muito à vontade, o norte-americano vencedor de sete prêmios Grammy parecia não querer parar de tocar. Em fato raro no Palco Sunset devido ao cronograma apertado do festival, tocou uma música que não estava no setlist, após pedido do público. "We're in this love together" acabou, então, sendo a saideira, logo após "Roof garden".
A simpatia também serviu para contornar um pequeno problema técnico. Na entrada de Valle, o teclado do brasileiro pareceu desconfigurado. Enquanto tudo se ajeitava, Jarreau olhava para a plateia e pedia para que devolvesse o "piano". "Foi você", brincava apontando o dedo para qualquer um.
Muito à vontade, o norte-americano vencedor de sete prêmios Grammy parecia não querer parar de tocar. Em fato raro no Palco Sunset devido ao cronograma apertado do festival, tocou uma música que não estava no setlist, após pedido do público. "We're in this love together" acabou, então, sendo a saideira, logo após "Roof garden".
Aurea e Boss AC levam soul e rap 'good vibe' de Portugal ao Rock in Rio
Cantora de soul fez no festival versão lusitana da velha parceria diva-rapper.
Dupla fez som genérico e festivo e terminou com 'Happy', de Pharrell.
Os músicos portugueses Aurea e Boss AC levaram soul e rap com "boa vibe, feeling positivo", como eles mesmos explicaram, ao Palco Sunset no fim da tarde deste domingo (27), último dia de Rock in Rio. Foi a velha parceria diva-rapper em versão lusitana.
A cantora de soul participou do Rock in Rio 2013 com o Black Mamba. Ela canta um soul um tanto quanto genérico, mas competente e sedutor. Dessa vez, trouxe o rapper Boss AC, nascido em Cabo Verde e radicado em Portugal.
Com "Happy" (Pharrell Williams), no enceramento, e "Tem calma, relaxa" (versão de "Don't worry, be happy", de Bobby McFerrin), junto de sorrisos mil, o teor dramático do soul ou de contestação do rap quase sumiram. "Já abraçaram alguém hoje?", diz o rapper no meio do show, incentivando quase um momento "paz de Cristo" pop entre a plateia.
O público pequeno que se reuniu em frente ao Palco Sunset, como está sendo comum nos dias pop do festival, entrou no clima positivo e vibrou com os portugueses. "Main things", da trilha da novela "Amor à vida", foi uma das que mais impressionou. Nesta, Aurea explora melhor sua boa voz.
Foi uma boa chance de aproximar o grande público brasileiro de artistas pop de um país cuja cultura fica tão perto e tão longe
do Brasil. Desde o "Convosco, Boss AC!" na apresentação até o "grande beijinho" mais para o fim, foi tudo muito simpático. Pena que tenha terminado de um jeito festivo, mas genérico até não poder mais. "Because I'm hapyyy..."
Suricato recebe bem Raul Midón, que rouba a cena no Palco Sunset
Multi-instrumentista norte-americano impressionou fãs da banda carioca.
Suricato, finalista do 'Superstar', deu espaço ao músico e fez show correto.
Os rapazes do Suricato fizeram bem o seupapel.
Tocaram (corretamente) tudo que os fãs queriam ouvir, fechando com o hit "Trem" mesclado com versos de "Fly away", do Lenny Kravitz. Mas, acima de tudo, tiveram a humildade de dar o espaço que o craque Midón merecia.
"Estamos aprendendo muito com ele", declarou Rodrigo Suricato (vocalista e guitarrista) ao chamar o instrumentista ao palco.
O músico, que já tocou com Stevie Wonder (além de parceiros, os dois são deficientes visuais), fez seu primeiro grande show no Brasil, aos 49 anos. Cantou cinco canções das 13 do setlist todo, começando com "Don't hesitate" e "Don't take it that way". Acompanhou ainda o repertório do Suricato em outras três músicas.
Ficou fora do palco só nas três faixas de abertura do show do grupo carioca ("Inseparáveis", "Eu não amo todo dia" e "Bom começo") e durante "Pro dia nascer feliz", cover do Barão Vermelho - iniciada com o solo de "Asa branca", de Luiz Gonzaga.
O momento revival, aliás, foi o de mais empolgação da plateia, que vibrava com as imagens do Rock in Rio de 1985 no telão.
O público, parecendo surpreso com o talento de Midón, aplaudiu o artista principalmente quando ele ficou sozinho em cena. Tocando violão e percussão ao mesmo tempo, ele soltou o vozeirão grave em "Sunshine". Quando não cantava, tocava sua "gaita" imaginária, fazendo sons só com a boca ao microfone.
O Suricato também mostrou talento nos instrumentos, incluindo alguns exóticos, como o didjeridoo de Gui Schwab. Além dele e de Rodrigo, também participaram do show da banda Pompeo Pelosi (percussão), Raphael Romano (Baixo) e Junior Moraes (percussão).
"Estamos aprendendo muito com ele", declarou Rodrigo Suricato (vocalista e guitarrista) ao chamar o instrumentista ao palco.
O músico, que já tocou com Stevie Wonder (além de parceiros, os dois são deficientes visuais), fez seu primeiro grande show no Brasil, aos 49 anos. Cantou cinco canções das 13 do setlist todo, começando com "Don't hesitate" e "Don't take it that way". Acompanhou ainda o repertório do Suricato em outras três músicas.
Ficou fora do palco só nas três faixas de abertura do show do grupo carioca ("Inseparáveis", "Eu não amo todo dia" e "Bom começo") e durante "Pro dia nascer feliz", cover do Barão Vermelho - iniciada com o solo de "Asa branca", de Luiz Gonzaga.
O momento revival, aliás, foi o de mais empolgação da plateia, que vibrava com as imagens do Rock in Rio de 1985 no telão.
O público, parecendo surpreso com o talento de Midón, aplaudiu o artista principalmente quando ele ficou sozinho em cena. Tocando violão e percussão ao mesmo tempo, ele soltou o vozeirão grave em "Sunshine". Quando não cantava, tocava sua "gaita" imaginária, fazendo sons só com a boca ao microfone.
O Suricato também mostrou talento nos instrumentos, incluindo alguns exóticos, como o didjeridoo de Gui Schwab. Além dele e de Rodrigo, também participaram do show da banda Pompeo Pelosi (percussão), Raphael Romano (Baixo) e Junior Moraes (percussão).
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