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segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Vinte anos sem Renato Russo, suas músicas continuam atuais, ouça.

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Nesta terça (11), completou 20 anos que o Brasil perdeu um dos maiores compositores e intérpretes do rock 
nacional, Renato Russo.

Ele estava em casa quando morreu. Era o começo da madrugada do dia 11 de outubro de 1996,quando Renato Russo não resistiu a complicações provocadas pelo vírus da Aids. O corpo pediu trégua e o país se despediu de um dos seus maiores ídolos. Acabava ali a jornada da maior banda da música nacional, a Legião Urbana. Vinte milhões de discos vendidos e, de fato, uma legião de fãs órfã.

A Dança (Legião Urbana – 1985)
As músicas do primeiro disco do Legião foram compostas, em sua maioria, no ano de 1984, portanto, 31 anos atrás. Incrível perceber que um relativo tempo passou e nada mudou. Ou ouvir Renato dizer que “só vejo preconceito” e “você não tem ideias para acompanhar a moda, tratando as meninas como se fossem lixo” não soa atual? Uma pena.
O Reggae (Legião Urbana – 1985)
Não é raro ver o Legião tocando reggae, ainda que com guitarras estridentes. Faroeste Caboclo, por exemplo, tem metade da sua harmonia composta nessa batida, mas em O Reggae, do primeiro disco do grupo, não basta os três acordezinhos clássicos do reggae, mas um solo totalmente “bobmarleyano” no fim. Incrível!
Metrópole (Dois – 1986)
Aqui, ao contrário do vídeo acima, o rock é pesado, assim como a letra. ““É sangue mesmo, não é mertiolate”, canta Renato no início e, depois, “Estão todos satisfeitos com o sucesso do desastre: vai passar na televisão”. Forte, né? Ouça a música inteira e tente não se revoltar ainda mais.
Acrilic On Canvas (Dois – 1986)
A única canção com título em inglês do segundo disco do Legião, prática que seria adotada com mais vigor nos trabalhos seguintes, Acrilic on Canvas (Acrílico sobre telas) é uma clássica música do estilo de Renato Russo: fala sobre saudade, solidão, é taciturna e lembra uma balada para os que não estão tão felizes com este mundo. Um detalhe deixa a música mais sombria: nos segundos finais, é possível ouvir um homem ao fundo gritando urros de dor. Aliás, dizem por aí que essa é uma das canções que ele escreveu à garota polêmica de Eu Sei
Angra Dos Reis (Que País É Esse? – 1987)
Na verdade a gente só colocou essa música aqui para ter pelo menos uma música que você provavelmente conheça na lista. Aliás, essa balada foi uma das seis composições em que o baixista Renato Rocha – morto em fevereiro desse ano – assinou a coautoria. As outras são Mais do Mesmo, também de Que País É Esse?Daniel na Cova dos LeõesQuase Sem QuererPlantas Embaixo do Aquário e Acrilic on Canvas, mencionada acima – todas do álbum Dois, de 1986.
Conexão Amazônica (Que país é esse? – 1987)
Agora, você com certeza não tinha ouvido uma música que mistura uns gritos doidos do Renato Russo com Marx, Engels, Jung, floresta amazônica, cocaína e, claro, rock’n roll. Ficamos felizes em apresentá-la.
Eu Era Um Lobisomem Juvenil (As quatro estações – 1989)
O Legião já tinha vendido uns 47 bilhões de discos quando Renato Russo compôs uma das canções mais bonitas (e desconhecidas) do grupo. O título possivelmente, faz a referência ao Renato adolescente, aquele que por ser diferente era encarado como algum ser perigoso, e a música termina com uma das frases mais bonitas que ele criou: “mas se você quiser alguém pra ser só seu/ É só não se esquecer/ Eu estarei aqui/ Ou então não terás jamais/ A chave do meu coração”.
Se Fiquei Esperando O Meu Amor Passar (As quatro estações – 1989)
Se você achava que Hoje A Noite Não Tem Luar era a música mais amor do Legião, é que ainda não ouviu essa.
Leila (A Tempestade – 1996)O Renato Russo olhou pra um dia que ele viveu, pegou tudo o que aconteceu e colocou em uma canção. O resultado: a música mais bonita que ele fez na vida. E você não conhecia. Rá!
Clarisse (Uma outra estação – 1997)
“Clarisse está trancada no banheiro e faz marcas no seu corpo com seu pequeno canivete” =(
 Em vez de, mais uma vez, rememorarmos a trajetória do cantor e compositor, que saiu de Brasília e se transformou em um fenômeno nacional, talvez seja melhor abrir espaço para que os próprios legionários nos contem um pouco mais sobre a intrigante figura que foi Renato Russo. Duas décadas depois, ele ainda vende como poucos, ocupa as salas de cinema, rende peças de teatro e ganha ares messiânicos por parte dos fiéis seguidores da banda, que enxergam o grupo e, principalmente Renato, quase como uma religião.
 
Entre eles, talvez esteja o paulista Rogério Santos. “Eu conheci a banda em 1988, em um show no Ibirapuera”, conta. Foi o bastante para que Rogério inaugurasse um fã-clube dedicado ao grupo. Dedicação, inclusive, não faltou. Eles logos entraram em contato com a gravadora e estreitaram os laços. “A EMI começou a intermediar nossos contatos com a banda, até que o Renato nos conhece. Nosso primeiro encontro pessoal foi no show seguinte. Falamos sobre o fã-clube, que ele passou a reconhecer.”
 
A partir daí, Rogério manteve uma relação próxima com o cantor. Eles se falavam por telefone mensalmente e o próprio Renato se encarregava de enviar o material promocional da Legião para o fã-clube. Nessa época, Rogério recebeu um cartão de natal assinado por Renato, que ele guarda com carinho 20 anos depois.

 

Aos poucos, Rogério e outros integrantes do fã-clube começaram a ser tratados como parte da família legionária. Conseguiram acesso aos bastidores, receberam autorização para gravar os shows e acompanhavam uma parte significativa das turnês. Acabaram, de alguma maneira, participando da intimidade de Renato, Dado e Bonfá. “Estávamos lá quando Renato soube da notícia da morte do Cazuza. Queriam esconder a notícia dele. Depois ficou aquele clima, sem ninguém saber se o show de mais tarde seria mantido”, relembra.
 
Hoje, Rogério ainda nutre o mesmo carinho por Renato. Falar da Legião sempre o motiva. E não à toa: Rogério é dono de um dos maiores acervos relacionados ao grupo, com mais de 450 fotos próprias, infinitos discos, apresentações gravadas e singles. Aos 47 anos, Rogério alterna o cotidiano entre duas funções. Como representante comercial, paga contas. Mas, nas horas vagas, ele ainda cuida da paixão maior, a Legião Urbana. O fã-clube ainda existe: Legião Urbana Infinito. Pode procurar.
 
O menino 
 
Quem também teve a chance de manter uma relação ainda mais próxima com Renato Russo foi a carioca Cristina Valente, que trabalhou por anos como supervisora de imprensa na gravadora do grupo, a EMI. Ela participou, inclusive, do momento em que os meninos assinam o primeiro contrato. Dali em diante, Renato seria uma companhia constante.
 
Cristina pôde conhecer Renato na íntegra, e não somente o homem em cima do palco. “Conviver com Renato era meio difícil naquela época, porque ele bebia muito. Era punk, literalmente. Mas sempre tivemos muitas afinidades. Tanto que me elegeram para acompanhá-lo em programas de tevê e nas viagens promocionais”, recorda.
 
Ela teve a oportunidade de testemunhar um dos mais trágicos episódios da banda, principalmente na memória do brasiliense, o fatídico show de 1988 no Mané Garrincha, que gerou uma rebelião pela cidade. “Deu toda aquela confusão. Depois, no hotel, ele foi se encontrar com os jornalistas, entre eles Arthur Dapieve e Beatriz Coelho. Ainda espantado, ele disse que nunca mais faria show em Brasília”. Como se sabe, Renato cumpriu a palavra.
 
Ao falar do compositor e poeta, principalmente às vésperas do aniversário de morte, Cristina acaba por fazer um depoimento, que define bem quem era Renato Manfredini Júnior: “Doce, maluco e inteligente, acima de tudo. Todos enxergavam nele uma luz, um caminho. Quando penso em Renato, lembro de um menino gentil, amável, mas com uma personalidade forte. Um gigante do bem, que só se destruía. Ele era destrutivo sim. Mas eu o tenho em grande conta”.
 
 » Depoimento
 
Objeto de estudo
 
Diego Ponce de Leon 
 
Mesmo após duas décadas de morte, Renato Russo segue nos surpreendendo com materiais inéditos. Fala-se em canções ainda não conhecidas, inclusive. Oficialmente, temos confirmada a publicação dos diários escritos pelo líder da Legião, no decorrer dos próximos anos. O primeiro, Só por hoje e para sempre, redigido durante um período de reabilitação, chegou aos leitores em 2015.

 
Surpreende ainda a quantidade de teses acadêmicas que se debruçam sobre Renato Russo. Na Universidade de Brasília (UnB), a doutora Sylva Cyntrão ajuda a manter o legado de Renato pelos corredores da universidade. A doutoranda Julliany Mucury, por exemplo, pesquisa o valor literário da obra de Renato e espera credenciá-lo como escritor no seio acadêmico.

 
No Instituto de Artes, mais especificamente no Departamento de Artes Cênicas, corre uma tese de
mestrado inédita sobre Renato Russo, que investiga, analisa e explora todos os elementos 
presentes no espetáculo A verdadeira desorganização do desespero, escrito por Renato em 1982. 
A tese foi proposta por este jornalista e crítico de teatro que vos escreve.
 



Interpretação: Pais e Filhos



Uma das análises que não me deu trabalho, mas que claro, me exigiu muita atenção, afinal, cada 
erro nessa interpretação, que ao meu ver, é uma feita das melhores músicas da música brasileira, 
do Rock nacional e sem dúvida, um dos hinos da Legião Urbana.
Sendo a segunda música do "As Quatro Estações", Pais e Filhos é apresentada pela primeira vez 
no álbum de 1989, e reapresentada muitas outras vezes depois: Está presente em outros álbuns, tendo aparições no "Acústico MTV" (faixa 04), no "Como É Que Se Diz Eu Te Amo" (faixa 02), no "As 
Quatro Estações - ao vivo" (faixa 06), no famoso "Mais do Mesmo" (faixa 10) e no Perfil, lançado 
em 2011 sendo a faixa de número oito. É realmente, uma das mais conhecidas.
Segue-se a letra, com um breve comentário em sua introdução, e depois sua análise:

"Pais e filhos é especificamente sobre a nossa situação [dos componentes da Legião], pois nós três, 
agora, somos pais. E este disco é extremamente universal, não está ligado ao momento. Daqui a 
20 anos, vamos poder ouvir Pais e Filhos" - Renato Russo.

Estátuas e cofres e paredes pintadas
Ninguém sabe o que aconteceu.
Ela se jogou da janela do quinto andar
Nada é fácil de entender.

A primeira parte, sempre foi um grande ponto X pra mim.
Eu sempre duvidei que o primeiro verso era algo simbólico, poetizado para dar nexo, não total sentido,
mas levando em conta do que se trata a música, imagino que o primeiro verso faz uma alusão à coisas 
que as pessoas que se vão deixam. Estátuas que são reformadas em túmulos e mausoléus, cofres que 
são trocados e descobertos seus segredos e paredes que são pintadas, mudam, mas o mistério continua: Ninguém sabe o que aconteceu. Sabe-se apenas que "ela" se jogou da janela do quinto andar, e nada é 
fácil de entender. Interessante analisar essa parte e imaginar como é a sociedade em que vivemos. 
Ninguém sabe o que aconteceu, ninguém sabe porque "ela" se jogou, nada é fácil de entender, mas 
todos ainda assim, à julgam, mesmo ela não estando aqui.

Dorme agora,
é só o vento lá fora.

Quero colo! Vou fugir de casa!
Posso dormir aqui com vocês?
Estou com medo, tive um pesadelo
Só vou voltar depois das três.


Essa parte, quem começa são os filhos (futuros pais).
Para entender o resto da música, e a troca de personagens, basta entender essa parte.
Os pais dizem ao filho quando pequeno para ele dormir, que é só o vento lá fora que faz o barulho 
que o perturba. É só o vento lá fora, que o faz não dormir. É lá fora que acontecem os problemas.
O menino (vou usar essa pessoa, mas pode ser outra pessoa, de outro sexo), diz que quer colo quando pequeno, e mais tarde, que vai fugir de casa.
O menino quando pequeno, pede pra dormir com seus pais, porque tem medo do que está lá fora, atormentando sua janela e perturbando seu sono, e mais tarde, que só voltará depois das três, o que 
nos faz montar uma cena de crescimento e imaginar esse processo: o filho querendo colo, e que está 
com medo, cresce e perde o sono: troca seu sono na cama dos pais (quando criança) pelas noites nas 
ruas, quando mais velho.

Meu filho vai ter nome de santo
Quero o nome mais bonito.

É preciso amar as pessoas
Como se não houvesse amanhã
Porque se você parar pra pensar
Na verdade não há.


Essa parte, ao contrário da outra, quem começa são os pais (passados filhos).
Eles planejam o nome do filho, retratando como os pais, desde o planejamento de gravidez, ou desde 
a notícia do feto, já fazem ideias e planos para seus futuros filhos.
Aqui, nessa parte, aparece pela primeira vez o refrão da música:
É preciso amar, as pessoas como se o amanhã não existisse, porque se você parar pra pensar, e ver se 
há lógica, veremos que não há. Não "há" o que?
Não há sentido em crer que amanhã continuará tudo igual; não há sentido em pensar que o amanhã 
será o mesmo que hoje; Não há sentido em pensar, que na verdade o amanhã virá. Hoje, é hoje. Não 
há amanhã. Não há chances e oportunidades para o futuro, existe apenas o agora. A vida, as opções, caminhos (do amor, como por exemplo) e do perdão, existem hoje.

Me diz, por que que o céu é azul?
Explica a grande fúria do mundo
São meus filhos
Que tomam conta de mim.
Eu moro com a minha mãe
Mas meu pai vem me visitar
Eu moro na rua, não tenho ninguém
Eu moro em qualquer lugar.

Já morei em tanta casa
Que nem me lembro mais
Eu moro com os meus pais.


Essa parte, é interessante interpretar fazendo uma síntese geral.
Aqui, são diálogos e pensamentos de filhos para filhos, de pais para pais ou de pais para filhos 
(e vice e versa). Um filho pergunta porque o céu é azul e pede explicações sobre a fúria do mundo (começando com a crítica), e então um pai (ou mãe) diz que quem cuida dele são seus filhos, e então 
outro filho diz que mora com sua mãe, mas o seu pai vem o visitar, e então outro filho diz que mora 
na rua e não tem ninguém e mora em qualquer lugar.

É preciso amar as pessoas
Como se não houvesse amanhã
Porque se você parar pra pensar
Na verdade não há.

Sou uma gota d'água,
sou um grão de areia
Você me diz que seus pais não te entendem,
Mas você não entende seus pais.

Novamente há o refrão e a mensagem de que se deve amar ao próximo como se o amanhã não existisse porque se parássemos pra pensar, na verdade, realmente, ele não existe.
Renato nos dá a mensagem de pequenez do homem. Somos uma gota d'água na nossa cidade, no nosso estado, país, continente, planeta, e até sistema. Não passamos nada mais, nada menos do que um grão 
de areia.
Após mostrar o quão pequenos somos, é dito um pensamento e a resposta para ele. Quantas vezes, nós adolescentes dizemos que não somos compreendidos e que nossos pais não nos entendem, mas na 
verdade, muitas vezes sabemos, em nosso íntimo, que na verdade somos nós quem não entendemos 
nada. Quantas vezes queremos sair, por exemplo, e brigamos com os pais por um "não"? Mas quantas 
vezes nos colocamos no lugar deles pra pensar o quanto conhecem e quanta experiência eles tem e se 
não nos deixam é porque sabem como é o mundo lá fora, onde há barulho que incomodam nossas 
noites quando pequenos.

Você culpa seus pais por tudo, isso é absurdo
São crianças como você
O que você vai ser,
Quando você crescer?


A mensagem que Renato nos passa, se completa nos últimos versos. "Você culpa seus pais por tudo", 
dando o ênfase da ignorância dos filhos e completando a ideia de que não entendemos os nossos pais.
Os nossos pais são crianças, em seu passado, como nós somos agora, no nosso presente. E em nosso 
futuro, seremos pais como eles, agora no presente.
Criticamos tanto os nossos pais, e acabamos como moral, a última frase da música; O que seremos 
quando crescermos? Ou seja: falamos agora de como errado é o pai, e quão certo é um filho. E quando
os papeis se inverterem e o filho se tornar pai ou a filha se tornar mãe?

"Esta música é sobre suicídio. Ela é muito, muito séria. Me desgasta para caralh* quando a gente toca, 
e as pessoas não percebem. É sobre uma menina que tem problemas com os pais, ela se jogou da janela
 do quinto andar e não existe amanhã. Eu acho bacana, é uma música bonita, mas existe um clima em
 torno de algumas músicas da gente que me assusta. Quer dizer, cada pessoa interpreta à sua maneira,
 mas isso é uma música seríssima, é que nem Índios. Eu não Aguentaria ouvir duas vezes seguidas. Eu gostaria, então, que as pessoas prestassem atenção na letra e vissem que é uma coisa muito forte" 
(1994)


Análise, interpretação e pesquisa: Eduardo Rezende



Renato Russo continua contemporâneo, um poeta que escrevia e falava sobre qualquer assunto, politizado, 
inteligente e sensível. A coluna separou algumas frases do compositor em vários âmbitos e, como política é 
um assunto superatual, suas conjecturas que nunca vão ficar demodè.



Relembre as polêmicas frases do compositor:
“Censura, não. Nunca! Tudo bem, as pessoas têm o direito de se expressar… Mas ‘mulher é tudo vaca’ é o 
cúmulo.
“Broxante, para mim, é a estupidez, é a pretensão”.
“A capital das drogas… das drogas e dos suicídios. Mas, tudo bem, não vamos falar mal de Brasília”.
“Olha, a ignorância é vizinha da maldade. Isso é batata. Mas o que está acontecendo no Brasil, eu acho que 
talvez seja o último estágio. Isso vem desde o descobrimento do Brasil. Para cá vieram ladrão, louco, preso 
político, entendeu? Essa corja está aí até hoje. O povo, mesmo, está todo mundo ciente disso”.
“Nós já cantamos o caos, a situação desesperadora do país. E, agora, o que resta? O caos continua aí”.
“Eu estava lendo Brecht, depois de anos. Gente, aquilo lá parece que foi um garoto da UnB (Universidade de 
Brasília) que escreveu! Mas, batata, está tudo lá! Tem uma frase que diz: ‘Quando os governos começam a 
dizer que não vai ter guerra, é porque a guerra já está acontecendo’.
“A maior agressão para um jovem é morar em Brasilia, você vê todas aquelas coisas acontecendo no Planalto, 
no Congresso e não pode fazer nada”.
“O pessoal da autoajuda é uma coisa fabulosa. Lembro que frequentei reuniões do grupo Arco-Íris, formado por 
gays e era muito bom ver que as pessoas se reúnem porque têm um problema em comum e a vontade de 
vencê-lo”.
“Ora bolas, nós estamos numa sociedade que tem 60 por cento de analfabetos. Eu prefiro falar numa linguagem simples, mas dizendo coisas que realmente me são caras, preciosas, tipo: ‘Disseste que se tua voz fosse igual 
à imensa dor que sentes, teu grito acordaria não só a tua casa, mas a vizinhança inteira’. Isso poderia ter sido 
escrito há dois mil anos, como pode ter sido escrito agora. Daqui a dois mil anos, ainda vai existir vizinhança”.






“Você sabe, não é legal falar isto, mas quem é realmente saudável tem menos possibilidade de contrair AIDS. 
Não faço mais as loucuras que fazia antigamente. E têm certas coisas que caem na área da dúvida, como sexo 
oral, por exemplo”.
“O que a gente precisa é de decência, sabedoria, comida e trabalho para as pessoas. E foda-se o resto. Eu não 
falo isso demagogicamente. Eu não preciso mentir, eu nunca menti. Quer dizer, eu já menti aqui e ali, mas não é aquela coisa: ‘Oh, ele é falso… ele atira em sua própria gente para provar que não é um deles’. Isso tudo está 
voltando, a gente está no fim dos tempos”.
“No Brasil, não dá mesmo pra separar homo de hétero, porque todo mundo sabe que brasileiro adora bunda, sexo
anal”.
“O ato sexual não tem nada a ver com sua opção. Tanto é que eu tive um filho e namorei mulheres”.
“Não acredito que uma pessoa tenha definição de sua vida sexual até os 25 anos. A pessoa não está formada. 
Para mim, é absolutamente normal”.
“Eu estou evitando remédio. O melhor remédio hoje em dia, para mim, é sexo, amor e saúde”.
“O modelo hetero oprime as pessoas. Está na hora de se respeitar os direitos dos que têm sensibilidade diferente”.
“Eu sempre gostei de meninos – eu gosto de meninas também -, mas eu gosto de meninos. Como é que não é natural?”.
“Giuliano (filho de Renato) precisa de uma boa base, porque na nossa sociedade não existe espaço para uma 
criança filha de um roqueiro gay. Nós não temos um padrão de comportamento de pai e filho, mas temos uma 
dose de disciplina e respeito muito grande”.
“O jovem é jovem desde que o mundo é mundo. O que eu acho um crime é a falta de perspectivas para o jovem 
no Brasil”.
“Assumo que bebo: se eu não tiver uma ou duas doses, não saio de casa, nem subo num palco”.
“Evite a primeira dose. Eu sempre fui alcoólatra. Eu tenho amigos alcoólatras e vejo o processo dessas pessoas”.
“Vou escrever um livro quando chegar aos 50 anos. No fundo, quero ser imortal”.
“Eu sou um monstro, não é? Eu sou arrogante, egoísta, ambicioso, pedante… Ah, eu me acho o máximo”.
“Cigarro é foda! Eu estou tentando parar, mas não consigo: eu adoro. Além de ser um viciado, eu gosto”.
“Queria ter gravado uns chorinhos em inglês, falando mal de todo mundo”.
“Afinal, amar o próximo é tão demodè”.


Renato e amigos – com Marisa Monte, com os Paralamas do Sucesso, Cazuza e Paulo Ricardo (Foto: 
Reprodução site oficial Renato Russo) 

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