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terça-feira, 28 de fevereiro de 2017
Segundo dia de desfile no Rj, Veja o resumo.
Integrantes da Liga das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa) fazem oração aos feridos no acidente com o carro alegórico no primeiro dia de desfile, momentos antes do início do desfile desta segunda-feira, no Sambódromo da Marquês de Sapucaí, no centro do Rio.
Correspondente Rio: Demerval Freitas
Segundo dia de desfile
Primeira escola a entrar na Marquês de Sapucaí no último dia de desfiles, União da Ilha levou o candomblé para a avenida.
Com a responsabilidade de abrir o segundo dia dos desfiles das escolas de samba do grupo especial do Rio de Janeiro, a União da Ilha do Governador levou à Marquês de Sapucaí o enredo afro “Nzara Ndembu – Glória ao senhor do tempo” que traz uma mensagem de poética sobre o passado, presente e futuro da humanidade.
A escola de samba com 63 anos de idade foi fundada por três amigos que queriam o bairro da Cacuia, na Ilha do Governador representado no carnaval carioca. A escola nascida a partir de um time de futebol, o União, já passou por altos e baixos entre o Grupo Especial e Grupo A do carnaval do Rio, tendo sua reviravolta em 2009 com o samba campeão do grupo de acesso “Viajar é preciso”. Em 2017 vem com o enredo afro “Nzara Ndembu – Glória ao senhor do tempo” que traz uma mensagem de poética sobre o passado, presente e futuro da humanidade.
Nzara Ndembu – Glória ao Senhor Tempo
Dos bantos Nzambi, o criadorGiram ampulhetas da magiaSalve rei KitemboNzara Ndembu em poesiaPra dar sentido à vida, transformarNuma odisseia rasga o céu, alcança a terraSagrada é a raiz NzumbarandáKatendê, segredos preservaE avermelhou, Kiamboté nos fez caminharNa luta entre o bem e o mal, forjou Kiuá Senhores sagrados, irão celebrar Kukuana é fartura, natureza a festejar Ndandalunda a me banhar (me banhar)
Seiva que brota o chãoEm rituais de purificaçãoE no balanço da maré(da maré)Samba Kalunga nos trazDas profundezas peixes abissais. A chama ardente é fogo. O fogo que queima é paixãoÉ Nzazi fazendo justiçaNa força de um trovãoQue dita as leis do universo. E nos ensina a lição. Quando o sol beijou a lua.
Viu no céu inspiração Matamba soprou O vento levou pra Angola reinar. Plantou o amor. A árvore da vida é a vida que dá. Êh êh no girê, êh no girê. Macurá dilê no girá. É o tempo de fé, união.
O tambor da ilha a ecoar
A segunda escola a entrar na avenida a São Clemente não economizou no brilho e contou a história de um grande baile na Corte de Luís XIV, o Rei Sol, oferecido pelo então ministro do tesouro, Nicolas Fouquet. Nada passou despercebido pela comunidade: as cores, o castelo, as roupas dos nobres, os músicos e até os talheres da festança que ocorreu em fevereiro de 1653 no palácio Vaux-le-Vicomte.
A Mocidade aproximou a Sapucaí de Marrocos. Na avenida, a escola levou as tradições de Marrakesh, em cima do tapete de Alladin ou no barco de Simbad e personagens de “As Mil e Uma Noite”. O colorido mágico e luxuoso do Oriente encantou o público do início ao fim. A bateria não apenas ditou o ritmo, mas também caiu no samba. Tinha até coreografia. A rainha de bateria simbolizava Iemanjá.
Com todo seu estilo inovador, o sempre criativo Mestre André embala a bateria da Mocidade Independente de Padre Miguel. Durante o desfile um acidente quase passou desapercebido, uma mulher, um dos destaques de um carro alegórico da escola, despencou de cima da alegoria. Segundo informações da escola, a mulher não teve ferimentos graves.
O ritmo da bateria de Mestre André é pioneiro nas clássicas paradinhas e na inclusão do surdo de terceira na formação, não à toa ficou conhecida como bateria Nota 10. Com um apelido nada sutil “Maracanã do samba”, a Mocidade Independente de Padre Miguel inaugurou oficialmente sua nova quadra à beira da Avenida Brasil. Em 2017, a escola leva para a Marquês de Sapucaí o enredo “As mil e uma noites de uma Mocidade pra lá de Marrakech”, cantando a cultura e as lendas dos reinados de mil e uma noites do país do norte da África.
As Mil e Uma Noites de uma Mocidade pra lá de Marrakesh
Em desfile dramático, a Unidos da Tijuca teve sua passagem pela Sapucaí com traços de tragédia. O topo do segundo carro da escola desabou sobre os integrantes, que ficaram presos na estrutura. Ao menos, 16 pessoas ficaram feridas (duas em estado grave). Devido ao acidente, a escola parou com menos de 10 minutos na avenida.
O carro do incidente representava o jazz e o carnaval de Nova Orleans, a alegoria tinha cerca de 3 metros de altura. Para contar a história da música norte-americana, a Tijuca contou em 28 alas e seis carros alegóricos. O desfile teve referências pop, com ícones da música como Elvis e Beyoncé, além de referências ao cinema e à cultura pop dos Estados Unidos.
Como um verdadeiro rio, a Portela fez o penúltimo desfile do Grupo Especial e fez bonito. Com uma tentativa de quebrar um jejum de 33 anos sem títulos, a escola apresentou as histórias e mitos da água doce na Sapucaí. A águia, símbolo da Portela, veio logo no início da apresentação. Majestosa, ela “tomava” conta de uma fonte de água portela passou como um rio pela Sapucaí, no penúltimo desfile do Grupo Especial. No segundo ano do carnavalesco Paulo Barros na escola, ela apresentou as histórias e mitos da água doce na tentativa de quebrar o amargo jejum de 33 anos sem títulos.
A comissão de frente representou a piracema, com componentes vestidos como peixes nadando em direção à nascente.
O quarto carro trocou os tons de azul pelo marrom, para recordar o Rio Doce e o desastre ambiental de Mariana em novembro de 2015.
Carros e fantasias jogaram água pela Sapucaí.
Os ritmistas da bateria vieram trajados como pescadores com Bianca Monteiro em sua estreia como rainha de bateria da escola.
A escola azul e branca contou com 3400 componentes em 31 alas. O carro abre-alas mostrou a "Fonte da vida", com uma mensagem de preservação das matas em torno das nascentes.
O segundo carro fez uma homenagem ao Rio Nilo, o mais extenso do mundo. Outro famoso rio, o americano Mississipi, foi lembrado em uma ala que botou um pouco de blues no desfile. Mas foi com samba, é claro, que a escola arrancou gritos de "É campeã!" no setor 1 da Sapucaí.
A última escola a se apresentar na Sapucaí, a Mangueira vai tentar o bicampeonato com toda a ajuda que puder conseguir, principalmente dos santos. Com o enredo “Só com a ajuda do santo”, a escola trouxe para a avenida uma mistura de diversas crenças e religiões para representar a religiosidade do brasileiro. Destaques para o carro alegórico que trazia São Jorge e o seu dragão, e para a bateria vestida de São Francisco de Assis.
Apesar da vibração da torcida, o carro alegórico que transportava a cantora Alcione teve problemas mecânicos e acabou abrindo um buraco na evolução da escola, o que pode custar alguns pontos e acabar com o sonho do bicampeonato.
Sempre uma das favoritas ao título do carnaval do Rio de Janeiro, a Estação Primeira de Mangueira encerrou com maestria e sem decepcionar o público que lotou as arquibancadas e os camarotes da Marquês de Sapucaí.
Criada por Carlos Cachaça, Cartola e Zé Espinguela, a Estação Primeira de Mangueira é vencedora de 18 títulos do carnaval do Rio, sendo a atual campeã do Grupo Especial. Comandados pela bateria Surdo Um, os ritmistas da verde e rosa eram embalados por Jamelão, principal símbolo da escola, intérprete até 2006. No carnaval 2017, a escola apresenta o enredo “Só com a ajuda do Santo”, sobre a forma com os brasileiros lidam com sua religiosidade.
Só com a ajuda do Santo
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