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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Seu Jorge é Pixinguinha no Cinema.


                                Primeira imagem do filme 'Pixinguinha - Um Homem Carinhoso' mostra Seu Jorge como o músico, ao lado de Taís Araújo, que interpresa a esposa Beti (Foto: Reprodução/ Instagram)
Seu Jorge divulgou nesta quarta-feira a primeira imagem do filme Pixinguinha – Um Homem Carinhoso, em que interpreta o protagonista. Em postagem no seu perfil do Instagram, o cantor aparece ao lado de Taís Araújo, no papel da esposa de Pixinguinha, Beti, e o filho do casal no filme, Alfredinho. “Essa é a família Vianna”, escreveu o autor de Burguesinha na legenda da foto.
                               



Um dos maiores nomes da música brasileira, finalmente terá sua história transformada em filme. Pixinguinha, que faleceu no carnaval de 1973, enquanto a banda de Ipanema, um dos blocos carnavalescos fundados por ele e outros sambistas, fazia seu desfile.

O roteiro escrito por Manuela Dias ( Ligações Perigosas e Justiça) terá drama, humor e, músicas. Mas, segundo a diretora Denise Saraceni, o filme basicamente, irá desvendar o temperamento de um artista muito importante para o Brasil, com base na sua competência criativa e profissional, e que abriu portas para outros artistas negros.

Pixinguinha: um homem carinhoso começou a ser produzido em 2012. O orçamento precisou ser revisto e aprovado pela Ancine e hoje gira em torno de R$ 6 milhões.

Sob a direção da estreante no cinema Denise Saraceni primeira mulher a se tornar diretora de núcleo da tevê Globo e que rompeu barreiras e gravou sua assinatura em obras que ocupam seleto lugar na galeria das superproduções da emissora como Memorial de Maria Moura, A Muralha e Engraçadinha além de dirigir “A Lei do Amor”, o filme vai ter foco maior no período dos anos de 1940 considerado como período chave da vida de Pixinguinha, como infância e juventude. Para Denise Saraceni, o filme não tem um conceito de “obra histórica”. Ela prefere classificá-lo como uma “obra lúdica”.

Para interpretar a vida e obra deste grande personagem da nossa cultura, artistas de peso foram convidados, entre eles o casal Taís Araújo (que viverá Beti, mulher de Pixinguinha) e Lázaro Ramos que poderá interpretar o também flautista Alfredo da Rocha Vianna, pai do protagonista.

Agora para viver Pixinguinha, o ilustre convidado foi Seu Jorge. Já tendo bastante intimidade com a flauta, especialidade do grande Pixinguinha, Seu Jorge resolveu aperfeiçoar seus conhecimentos para garantir mais credibilidade ao personagem que era um exímio flautista.

Em entrevista concedida sobre o filme ao Jornal O Globo, Seu Jorge confessa que gostava de Pixinguinha desde criança e que sua participação torna-se ainda mais empolgante já que terá a oportunidade de filmar fazendo aquilo que gosta: música.

Seu Jorge também não esconde que ficará muito à vontade com as cenas musicais já que também é um excelente músico. Mas ele também quer explorar a habilidade de Pixinguinha de ter adentrado em um universo musical sofisticado, mantendo a humildade. Além disso, o cantor e músico ainda enfatiza que o cinema desempenha a importantíssima função de trazer as músicas de Pixinguinha para a nova geração.

Para Seu Jorge, todo trabalho no cinema oferece a oportunidade de ensinamentos para o resto da vida e, este certamente terá uma conotação mais especial.

Pixinguinha: um homem carinhoso tem estreia prevista para outubro de 2017.


PIXINGUINHA

                                      

A avó africana o chamava de “Pizindim” que quer dizer “menino bom”. Ainda criança contraiu Variola e os amigos o apelidaram de Pixinguinha (unindo o apelido Pizindim com Bexiguinha por causa da variola). O apelido pegou e se tornou referência de um dos maiores nomes da música popular brasileira.

Pixinguinha era realmente um menino bom. Começou a tocar cavaquinho, depois flauta e logo chamou a atenção passando a tocar em orquestas, choperias, peças musicais, participando de gravações ao lado do irmão “China” (Otávio) e Henrique. Autodidata, Pixinguinha tinha potencial para ir mais longe: os improvisos e floreados que tirava do instrumento, deixavam o público impressionado. Com apenas 13 anos de idade compôs o primeiro Choro “Lata de Leite”, formando seu próprio conjunto, o Grupo do Pixinguinha, que mais tarde se tornou o prestigiado Os Oito Batutas, fez uma célebre excursão pela Europa no início dos anos 20, com o propósito de divulgar a música brasileira e conseguiu: Em 1940 a fama de Pixinguinha já tinha se espalhado pelo mundo e, indicado por Villa-Lobos, foi o responsável pela seleção dos músicos populares que participaram da célebre gravação para o maestro Leopold Stokowski, que divulgou a música brasileira nos Estados Unidos.

A fama não lhe subiu a cabeça: Tocava na noite e contam que certa vez, voltando de uma apresentação, foi cercado por três assaltantes. Depois de entregar o dinheiro os assaltantes pediram o estojo e Pixinguinha explicou que lá dentro só tinha sua velha flauta. Foi então reconhecido pelos assaltantes que devolveram-lhe o dinheiro e resolveram escoltá-lo até em casa. Mas, no caminho havia uma birosca aberta, onde resolveram parar para “molhar a garganta”. Assim o assalto terminou em cachaça e claro muito samba.

A partir de 1946, passou a tocar saxofone com a mesma maestria com que dominava outros instrumentos. Pixinguinha também era apaixonado pela esposa D. Betty. No ano de 1964, a mulher de Pixinguinha passou mal e foi internada. Ao saber do ocorrido, Pixinguinha teve um enfarte e foi socorrido no mesmo hospital. Porém temendo pela saúde da esposa, combinou com o filho de não contar nada a D. Betty: para disfarçar, todos os dias, no horário da visita, Pixinguinha saía do seu leito na cardiologia, vestia terno, gravata e chapéu, e com um buquê de flores visitava a esposa. Ao acabar a visita, voltava para seu leito na cardiologia, onde ficou internado por 20 dias e mesmo com a saúde debilitada, não parava de compor. No leito do hospital, Pixinguinha compôs “de ocasião”, “Fala Baixinho”, “Mais Quinze Dias”, “No Elevador”, “Mais Três Dias”, “Vou pra Casa”.


Pixinguinha gostava de reunir-se com os amigos Donga, João da Baiana na Pedra do Sal, berço do samba carioca. Viveram juntos a maior parte da vida. No carnaval de 1973, enquanto a banda de Ipanema fazia seu primeiro desfile, o céu desabou em lágrimas sobre a Praia de Ipanema. No meio do temporal, Albino Pinheiro, soube da sua morte, mas não contou a ninguém. Comandou o desfile em homenagem ao amigo, que falecia aos 75 anos de idade, naquele dia 17 de fevereiro.

Após a sua morte, diversas homenagens em discos foram produzidas. A música Carinhoso foi gravada por Orlando Silva. Otávio de souza deu letra a “Rosa”, assim como o ilustre Vinícius de Morais fez com “Lamento”. Em sua homenagem foi erguida em 1995 a Estátua de Bronze que fica na Travessa do Ouvidor.


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