A cantora Natalie Cole, filha de Nat King Cole e intérprete de sucessos comoThis Will Be (An Everlasting Love) I’ve Got Love on My Mind, Miss You Like Crazy ou Unforgettable, o dueto virtual que gravou com o pai, morreu nesta quinta-feira aos 65 anos no hospital Cedar Sinai, em Los Angeles, nos Estados Unidos.
Natalie Cole lutava há anos com graves problemas de saúde, que ela própria atribuía a um passado de consumo de heroína, cocaína e outras drogas, dependência que ultrapassara em 1984, após ter passado meio ano numa clínica de reabilitação.
Em 2008 foi-lhe diagnosticada hepatite C, provavelmente contraída décadas antes através de uma agulha infectada. Alguns meses após ter começado a fazer quimioterapia, Cole teve uma falência renal e assumiu na televisão, no programa de Larry King, que teria de fazer hemodiálise até ao fim da vida caso não encontrasse um dador com um rim compatível, o que veio a acontecer em 2009.
Vencedora de nove Grammy, Natalie Cole criticou a academia responsável pelos prémios por ter dado cinco Grammy, em 2007, a uma toxicodependente assumida, a cantora Amy Winehouse, que viria a morrer em 2011. “Sou ex-viciada em drogas e não encaro estas coisas de ânimo leve”, disse Cole em 2009, acrescentando: “a hepatite C permaneceu no meu corpo durante 25 anos e o mesmo pode acontecer a esta jovem mulher ou a outros viciados que andam a brincar com drogas, especialmente [se usam] agulhas”.
Filha de dois cantores, o lendário Nat King Cole e Maria Hawkins Ellington, que não era parente de Duke Ellington mas foi vocalista na sua banda, Natalie Cole nasceu em Los Angeles em 1950 e começou a cantar muito cedo, inspirada pelo exemplo do pai, que era já uma estrela da música popular nos anos 50, primeiro como pianista de jazz e depois como cantor. Natalie tinha apenas 11 anos quando cantou em público pela primeira vez.
Nat King Cole morreria de cancro do pulmão em 1965, quando a filha tinha apenas 15 anos, mas um quarto de século mais tarde, as novas tecnologias permitiram a Natalie Cole cumprir o sonho de cantar com o pai. Em 1991, no álbum Unforgettable… With Love, a cantora interpreta versões de vários dos principais sucessos de Nat King Cole, incluindo a canção Unforgettable, na qual as vozes de pai e filha foram virtualmente reunidas num dueto. O álbum vendeu 14 milhões de exemplares e ganhou os Grammy de álbum do ano, disco do ano e melhor interpretação vocal de pop tradicional.
Com estudos universitários de Psicologia e Alemão, a cantora estreou-se em 1975 com Inseparable, que conseguiu gravar na Capital Records após recusas de várias editoras que torciam o nariz à sacrílega preferência da filha de Nat King Cole pelo rhythm & blues e pelo rock. Mas o álbum foi um sucesso e um dos temas, This Will Be (An Everlasting Love) valeu-lhe o primeiro Grammy da sua carreira.
Ainda nos anos 70, editou vários outros álbuns maioritariamente compostos por temas de rhythm & blues, como Natalie (1976), com a cançãoSophisticated Lady, que lhe trouxe mais um Grammy, ou Unpredictable(1977), que inclui um dos seus temas mais célebres, I've Got Love on My Mind.
Em 1979, a cantora já tinha uma estrela no Passeio da Fama de Hollywood, mas a sua promissora carreira vai depois começar a decair na primeira metade dos anos 80, o período em que se agudizam os seus problemas com o álcool e as drogas.
Mas Natalie Cole ressurge em grande forma em 1987 com Everlasting, o álbum em que canta a sua célebre versão de Pink Cadillac de Bruce Springsteen.
E em 1991 sai Unforgettable, o seu primeiro disco na Elektra Records, que reúne 22 canções do reportório de Nat King Cole e que se tornará o maior sucesso de vendas de toda a sua carreira. A cantora de rhythm & blues rendia-se finalmente aos clássicos da música popular americana que o seu pai ajudara a imortalizar, como Too Young, Mona Lisa, Natural Boy ou Unforgettable.
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