radio verdade

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terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Império Serrano, seu samba e sua história.



Samba Enredo: Silas canta Serrinha

Autores: Arlindo Cruz, Aloísio Machado, Arlindo Neto, Ze Gloria, Andinho Samara e Lucas Donato. Participação Especial: Carlos Senna, Beto Br e Ronaldo Nunes

Intérprete: Pixulé

Samba Enredo


HOJE NUM RELICÁRIO VIVO NA MEMÓRIA 

SERRINHA É UM ENCANTO A TUA HISTÓRIA
TALVEZ A MAIS BELA DE UMA FAVELA
POIS FOI ASSIM QUE MEUS AVÓS CONTARAM
NO MEIO DO MATO
PASSAVA NOITE VINHA DIA...
O NEGRO FEZ DO MORRO MORADIA
PEDINDO AO REI BANTO PROTEÇÃO, SAÚDE...
COMO NOS BONS TEMPOS DE ALÉM MAR
COM ÁGUA NA CACHOEIRA E OUVINDO PÁSSAROS CANTAR
QUANDO O JONGO ME CHAMOU EU LOUVEI MARIA
E NO TOQUE DO TAMBOR TEM MAGIA
VEIO GENTE DA ESTIVA, DA RESISTÊNCIA TAMBÉM
TODO MUNDO CHEGOU NO BALANÇO DO TREM
ÔÔ TINHA SAMBA NA RUA
VEIO O BLOCO DA LUA
ERA CARNAVAL!
FOI COM PRAZER QUE EU DESCI A SERRINHA
NUMA NOITE DOURADA, NUM SONHO REAL
ESTAVA NASCENDO O IMPÉRIO SERRANO
REIZINHO DO MEU LUGAR...
PRO SANTO GUERREIRO ABENÇOAR...
QUANDO PARTI... DE LONGE EU VI MUDAR
TUDO SE MODERNIZAR..
É A EVOLUÇÃO...A BRISA QUE AFAGA A JUVENTUDE
COM CHARME E NEGRITUDE
MAS A ARTE SE ETERNIZOU
NOS BALUARTES QUE MOSTRARAM O SEU VALOR!
MEU CENTENÁRIO VOU COMEMORAR
ESSE É O POVO QUE ME CONSAGROU
IMPERIANO VOLTE AO SEU LUGAR: VENCEDOR!
 


Enredo de 2016

""

Introdução

Carnavalesco: Severo Luzardo

1º Setor – África, berço da negritude na Serrinha
Aos meus amigos:
Procurei nos registros empoeirados da minha alma e encontrei uma grande Serrinha! 
Num episódio relicário, abro as páginas do meu livro de memórias. 
Sou Silas, menino, de pé no chão, que ouvia com atenção, as histórias do Morro da Serrinha contadas pelos meus saudosos avós. 
No início a Serrinha era mais um pedaço de mata aos pés da grande fazenda de Madureira. O morro era todo de barro. Mato fechado mesmo!
Sem água, sem luz e foi sendo povoado por negros com laços de parentesco e amizade descendentes de ex-escravos africanos. Tudo era uma grande família. Pura felicidade. Nos orgulhávamos da origem "Banto", que pertenciam às nações do Kongo, Ângola e Moçambique.
Passava noite, vinha dia
O sangue do negro corria, dia a dia
De lamento em lamento, de agonia em agonia 
Inebriado pelas histórias daquele povo, meus olhos brilhavam quando ouvia que o Rei Banto - outros o chamavam de Manicongo, tinha poderes sagrados e que podia influenciar nas colheitas, guerras e saúde do seu povo. Ah mas isso era bonito demais!
Samba, soprado por muitos ares
Atravessastes os sete mares
A vida dos moradores aqui da Serrinha continuou bem parecida com a dos tempos de além-mar da África-mãe. Tanto que me recordo que lá encima tinham muitas cachoeiras, minas d’água, matas, animais selvagens, pássaros cantando... E tinha uma trilhazinha também. Casas de pau-a-pique, o candeeiro e o ferro a brasa que continuaram a fazer parte do dia-a-dia do Morro por muitos anos. Era a herança africana que nos deixou a força de suas raízes.
Setor 2 : Prazer, eu sou a Serrinha: Paraíso dos Amores!
No fundo do quintal, entre árvores, tambores batucando, eu sentia o pulsar de uma África renascida! A roda, o batuque, palmas e suor. Um casal descalço batendo os pés na terra e negaceando os corpos. Era a ginga da minha gente! Era o Jongo. Ah o Jongo! Ah Tia Maria! Cresci assim, embalado pelo gungunar misterioso dos candongueiros e dos caxambus que ritmavam as rodas dos velhos jongueiros.
E no escaninho do meu inconsciente ficou para sempre a polirritmia desses atabaques, a magia inefável da dança onde moldaram as melodias machucadas e a temeridade expressiva dos meus sambas.
Chegou, chegou e estamos
É o poder negro, poder negro
No jongo dos bantos, quando canto e dança têm sempre fundamento, os versos improvisados em charadas desafiam os que não conhecem as tradições. O jongo é pai de muitas outras músicas.
O tempo passou e chegaram à Serrinha mais famílias de negros que trabalhavam nas fazendas. Começaram a lotear o terreno e construir suas casas no sopé do Morro. Trouxeram sua música, sua dança, sua religião, sua língua e um jeito diferente de enfrentar a dor.
Se o bem termina, o mal também se finda
Será o outono, oh! meu sincero amor
Tu serás minha e teu serei ainda
Tenho esperança de um sagrado amor
A Serrinha era quase uma família só. Eram todos por um, um por todos. Pelas ruas as mulheres vendiam cajus, melancias, galinhas. Outras tantas carregavam imensos balaios de palha na cabeça enfeitada com coloridos laços; outras eram amas de leite e carregavam crianças presas às costas, e muitas doceiras com seus tabuleiros de quitutes. Já os homens eram estivadores do cais do porto ou carregadores de açúcar, café e cereais, prestando vários tipos de serviços. Vendedores ambulantes. Alfaiates, pedreiros, sapateiros, bilheteiros, pintores, etc. Eram os braços de negros homens do Cais do Porto, da Estiva, da Resistência! Estes negros movimentaram a economia de Madureira até a chegada da estrada de ferro com a Maria Fumaça.
Através de belas passagens da nossa história do Brasil
Escolhemos um passado varonil, são vários fatos de glórias
Que a nossa história, descreve enfim
Mas só um recordamos, que foi passado assim
Distantes do centro da cidade, os moradores da Serrinha promoviam seus próprios espaços de lazer, e o samba estava sempre presente. As nossas festas duravam dias, com comida e bebida, samba e batucada, para reunir os amigos e o "povo de origem".
Labirinto de ruas, vai e vem de personagens, bandeiras coloridas desviando o caminho para chegar a terra dos sonhos. O Bloco da Lua e também o Três Jacarés, craques de animação, inventavam nosso carnaval e reinventavam nossos mundos a cada dia.
Nesta época, nos quintais do morro, surgiu a escola de samba Prazer da Serrinha. Era uma vez o desejo de construir alegria em permanente transformação. Um desejo que carregasse o samba popular e trouxesse notícias do Brasil e de sua gente.
Carnaval, doce ilusão. Dê-me um pouco de magia
De perfume e fantasia, e também de sedução
Quero sentir nas asas do infinito minha imaginação
Reduto dos foliões de Madureira, o Prazer da Serrinha alcançou notoriedade e participou da organização dos desfiles. Foi uma dessas escolas pequenas, celeiros, contudo de nomes marcantes, parceiros jamais esquecidos. Ali eu iniciei minha trajetória no mundo do samba.
Para a gente tudo era festa, era magia! Enredos como "Uma Noite Serrana"e "Sonho das Fadas" emocionaram. E o intenso "Cais dourado - A Pescaria no Cais" foi embalado por muita festança e impregnado de sorrisos e abraços. Cantávamos com a afinação das pastoras: "fui buscar na Bahia, vatapá de ioiô, pra vender aos cariocas, na Terra Santa do amor". Tudo era motivo de batucada, riso e alegria! Era a Serrinha! Era um prazer! E como era bonito ver o povo se juntar para sambar e desfilar, celebrando a alegria de viver!
Setor 3: Nos terreiros da Balaiada, os festejos da Serrinha!
O espírito festivo dos moradores da Serrinha e a consciência de preservar a cultura negra foram importantes para a formação de núcleos de famílias-artistas que cumpriam um calendário de festas por iniciativa própria. Ambiente acolhedor que afaga.
E neste ambiente de harmonia sem par
A doce complacência comanda a ficar
Convivência prazerosa e afetiva, a casa da Vó Maria Joana era um verdadeiro polo cultural da comunidade. A mãe de santo famosa nos arredores, promovia o Banquete de São Lázaro, em homenagem a
Obaluaiê, orixá das curas e das doenças. Era dia de mesa farta com muita: pipoca, feijão preto, farofa de milho e dendê!
Já no dia de São Jerônimo, os terreiros do morro eram enfeitados com bandeirinhas, flores e folhas de palmeira. Alegria de construir e transformar. Era a Festa de Xangô, o orixá do fogo, do trovão e da justiça. Ao som dos atabaques: Kaô!
A música traz também a palavra e um convite a embarcar numa viagem no tempo. Quando tinha baile de Calango na Serrinha, o som dos tambores e o dedilhar da viola aguçavam o desejo de imaginárias cartas de amor. Os casais dançavam a noite toda na roda, cantando pontos impregnados de Brasil.
A harmonia das cordas sonoras do meu violão
Se mistura num turbilhão de vozes pela amplidão
É tudo alegria que a tristeza não contesta
Simplesmente a corte está em festa
Muitas águas encantadas rolaram ao longo desses anos, muitas cantigas, muitas danças. No dia dos Pretos-velhos, jongueiros e sambistas se reuniam na casa de um morador da Serrinha para uma grande festa com roda de jongo em homenagem aos nossos antepassados. Caras e figuras em constante movimento, experimentando sabores diferentes.
No vidrinho eu levo a pinga
Na viagem eu vou tomar
No meu bolso a mandinga
No meu peito o patuá
E foi com a força dos ancestrais que aconteceu o maior acontecimento do carnaval da época! Em 1947, após o carnaval, no quintal da casa da Eulália, na Rua da Balaiada, eu, Molequinho, Fuleiro, Aniceto e Mano Décio, nos reunimos e com um simples lápis e caderno, anotamos os nomes das pessoas que estavam de acordo com a fundação de uma nova escola. E assim nasceu o Império Serrano, entrando na história como um divisor de águas na relação da comunidade com o carnaval.
Provaremos ao subúrbio e toda a cidade
Que o nosso sonho foi realidade
Meu Império eu lhe digo a verdade
O momento pra nós é muito sério
O Império Serrano foi a partir de então o irradiador de uma identidade local. Que maravilha que fizemos! Todos personagens vivos integrando a mesma história!
É com grande consideração
Que o Império Serrano se apresenta e faz questão
Boa noite, tiramos a prova real
Nosso boa noite imperial!
Aqui ainda estão ruas e telhados que abrigaram gente pura, gente imaginária, um sem-fim de personagens e suas andanças pelo reino serrano do brincar.
O auto das Pastorinhas de Natal juntava os morros da Serrinha e da Tamarineira. Um era o anjo, outro era a estrela! Tinham os galegos, as ciganas, os brincantes e eles entravam nas casas anunciando a chegada de Jesus! Cortejos de cantorias e folia pelos quatro cantos para desvendar mistérios do saber.
Foi com o repicar dos sinos, o roncar das cuícas e com uma alvorada de vinte e uma batidas no surdo que a Serrinha passou a comemorar o Dia do Samba. Sempre com muita festa e roda de samba de Partido alto.
O dia morreu, a noite findou
Eu fiquei tão triste quando o samba terminou
Dez da noite, com a fogueira acesa, as tias e vós, tios e avôs rezavam ladainhas na pequena capela que existia no quintal da casa de Vó Maria Joana. Não importava se era santo da Igreja ou do Candomblé. Se era dia de santo, era dia de festa! 
Em junho todo mundo queria ir nas festas juninas. As Folias de São João na Serrinha eram na casa da Tia Maria da Grota. No terreiro dela tinha fogueira, e o agitar das fitas coloridas indicava que era hora de provar o bolo de coco, bolo de milho, canjica e aquela comidinha mineira deliciosa que só ela fazia!
Comprei flores
Na bela Maria Preta
Pra enfeitar o arraial
Também me lembro quando Jorginho (filho de Mano Décio), Careca e Jamelão formaram o grupo “Os Três Pelés”. Eles faziam uma dança como se fosse partida de futebol. Eles partilharam alegrias e folganças. Toda rapaziada também queria dançar. Então eles criaram a primeira ala de passo marcado da história do carnaval: a “Sente o Drama”. Descobriram-se parte de um sonho construído, onde convivem até hoje a alegria ruidosa e a concentração zelosa.
Toda a tristeza foi vagar e não tornará mais a voltar
E o Rei Momo é provável que virá nos visitar
Eis a razão: precisamos ensaiar, ensaiar
Ver a Serrinha brotar e florir encheu de orgulho adultos e crianças. Mundo em movimento. Encantamentos, transformações e fé.
E como bom imperiano, todo dia 23 de abril eu acordava às quatro da manhã para ouvir da minha janela, a alvorada em louvor ao santo guerreiro, com muitos fogos crepitando no céu! Depois me vestia de branco e seguia a Procissão de São Jorge pela Serrinha. Nossa devoção é feita de alegria e festa, atravessa gerações, enfrenta dragões e encantamentos, e persiste densa e fértil como a terra aguada a cada dia.
Setor 4 - Avante imperiano! A luz de Deus iluminou a Serrinha!
Depois que eu parti, fiquei observando de longe a evolução chegar à minha gente. Com os olhos de um menino de quarenta e sete, vi o meu lugar se consagrar como um autêntico reduto do samba.
O mundo é o teatro da vida
que no palco de luta renhida
desempenha seu papel
O comércio popular tomou conta das ruas e o povo se rendeu à modernidade. Bom, bonito e barato! Tem de tudo e pra todo mundo. Pra casa, pro corpo e pra mente! Um banquete à céu aberto. Pregoeiros nas ruas e nos trens serviram de inspiração para a criação da “Baleiro-bala”, a ala infantil imperiana.
Os moradores desceram a Serrinha e aderiram ao baile charme do Viaduto. Com moda, estilo e um jeito especial de dançar, vi a juventude ocupar seu espaço de direito e com respeito, reafirmar sua negritude!
Essa brisa que a juventude afaga
É a evolução em sua legítima razão
A Serrinha entrou para a história através de livros, filmes, peças de teatro e publicações diversas. Marcamos presença na peça “Esta vida é um carnaval”, de Carlos Machado e no filme “Tia Eulália - O Império do Divino”, sobre a fundadora e portadora da carteirinha número um da escola. Arte e cultura. O realismo em cena. E mais, o Império levou o nome da Serrinha para lugares nunca antes imaginados! Escreveu uma nova história, e consagrou quatro sambas enredos entre os dez mais importantes da história do carnaval! Também imortalizou um conceito novo com o enredo Bumbum Paticumbum Prugurundum, que ficou até hoje nas nossas lembranças.
Samba, eu confesso,
És a minha alegria,
Eu canto para esquecer a nostalgia.
Com maestria os compositores escreveram a poesia do morro no asfalto. Inesquecíveis composições que ganharam vida, marejaram os olhos e emocionaram os corações; transformaram-se em lindos sambas que são cantados até hoje, por qualquer mortal que pisar no chão de estrelas que é o Reizinho de Madureira.
Nesta maravilha de cenário, a apoteose do meu coração é um episódio relicário. Palco onde vou festejar meu centenário com os nobres imperianos da minha Serrinha: Molequinho, Mano Décio, Eulália, Fuleiro, Aniceto, a nossa tradicional velha guarda e todos os torcedores que hoje estão espalhados pelo mundo afora! Nas ondas do infinito mar verde e branco e no céu prateado da minha constelação, hoje consagramos o Carnaval dos Baluartes.
Neste desfile do meu Império, revivemos nossa trajetória e os anos de glória com a minha gente a lhe dizer: prazer, eu sou da Serrinha! União e força para o povo guerreiro, porque chegou a hora do
Império Serrano!
Vejam essa maravilha de cenário
É um episódio relicário
Que o artista num sonho genial
Escolheu para este carnaval




A História da Império Serrano
Em 1946, Mano Décio da Viola e Silas de Oliveira, então integrantes da Prazer da Serrinha, haviam composto o samba Conferência de São Francisco para o carnaval, mas no momento de desfile, o presidente da escola, Alfredo Costa, resolveu que a escola desfilaria com outro samba. A confusão gerou problemas de harmonia, o que levou a Prazer da Serrinha a terminar em 11º lugar. Descontentes, Mano Décio da Viola , Silas de Oliveira , Sebastião de Oliveira (Molequinho), entre outros, em reunião na casa de DonaEulália do Nascimento, decidiram fundar uma nova agremiação, a qual deram o nome de Império Serrano, uma homenagem ao Império da Tijuca.
Torcida do Império Serrano, na Sapucaí, em 2009.
Seu primeiro presidente foi João Gradim, que era irmão de Molequinho e Dona Eulália, e genro do dirigente de carnaval Mano Elói. Em seu primeiro desfile, a escola sagrou-se campeã, no ano de 1948 , ano em que ainda não havia a divisão do Carnaval entre grupo principal e divisões inferiores. Começava a surgir, no entanto, a disputa política entre as entidades representativas UGES e FBES, sendo o Império filiado a esta última. Apenas as escolas filiadas a FBES teriam recebido verbas públicas, uma retaliação do poder municipal a proximidade entre a UGES (depois UGESB) e o PCB.
A presença de Irênio Delgado, considerado pela Portela e Mangueira como simpatizante do Império Serrano, aprofundou a cisão, levando a organização de mais de um concurso nos três anos seguintes, um por cada entidade representativa (UGESB, FBES e a efêmera UCES, que só durou um ano). No concurso da FBES, o Império Serrano venceu nos três anos, obtendo o tetra-campeonato consecutivo.
Com a reunificação do carnaval em 1952 a partir da criação da AESCRJ, não houve julgamento dos desfiles do grupo principal daquele ano, o que fez com que apenas em seu sexto carnaval a escola da Serrinha não conquistasse o título, sendo vice-campeã em 1953 e 1954. Venceu novamente em 1955 e 1956, posicionando-se a partir de então como uma das forças mais tradicionais do Carnaval carioca de então, ao lado de Portela, Mangueira e Salgueiro.
Em 1975 a escola escolheu como enredo "Zaquia Jorge, Vedete do Subúrbio, Estrela de Madureira", sendo a disputa interna vencida pelo compositor Avarese. No entanto, o samba que ficou em segundo lugar, composto por Acyr Pimentel e Cardoso, acabou sendo gravado por Roberto Ribeiro sob o título "Estrela de Madureira", e se tornou um clássico do samba, e também uma espécie de hino da escola, tornando-se muito mais famoso que o samba vencedor daquele ano.
Em 1978 entre as 10 escolas de samba do Grupo Principal, a Império Serrano termina na sétima posição e com isso sofre o seu primeiro rebaixamento da história .
No ano de 1981, é lançado o livro "Serra, Serrinha, Serrano: o Império do Samba", de Raquel Valença e Suetônio Valença, até hoje considerado uma referência sobre a história da escola.Nesse mesmo ano a escola ficou em último lugar.
Em 1982, a cantora Clara Nunes gravou o Serrinha (samba em homenagem à escola), escrito por Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro.
Também na década de 1980, a escola teve grandes momentos com enredos criados por Fernando Pamplona, desenvolvidos por outros carnavalescos, como Bumbum Praticumbum Prugurundum, de 1982, quando as carnavalescas Rosa Magalhães e Lícia Lacerda deram ao Império Serrano seu último título da primeira divisão, após um jejum de dez anos,Mãe Baiana Mãe (1983), Eu Quero (1986), Com a boca no mundo, quem não se comunica se trumbica (1987) e Para com isso, dá cá o meu (1988).
Na década de 1990, a escola enfrentou sérios problemas de política interna que redundaram em três rebaixamentos (1991, 1997, 1999).
O Império voltou à elite do carnaval em 2001, mas ainda permaneceu lutando com dificuldade para permanecer no Grupo Especial. Nesse ano, trouxe um samba de Arlindo Cruz, Maurição, Carlos Sena e Elmo Caetano, que foi considerado pela crítica como o mais bonito do ano, e que contava a história da Resistência, como era chamado o Sindicato dos Estivadores do Rio de Janeiro, ao qual vários dos primeiros integrantes da escola foram ligados. Porém um defeito no principal carro alegórico, formado por um contêiner que se abriria durante o desfile, inviabilizou a surpresa que a escola havia preparado, o que certamente deve ter lhe tirado pontos preciosos.
Em 2004, o Império reeditou "Aquarela Brasileira", considerado um dos sambas-enredo mais bonitos da história, e mesmo com problemas financeiros e disputas internas, levantou o público no Sambódromo , mas acabando longe do título na classificação final.
Em 2007, a escola caiu novamente para o grupo de acesso A, sagrando-se a campeã deste grupo em 2008 com o enredo Taí, eu fiz tudo para você gostar de mim . A escola regressará ao Grupo especial.
Para o carnaval de 2009, após o retorno ao Grupo especial e a reeleição de Humberto Soares Carneiro para a presidência da escola, Márcia Lage estreou carreira-solo como carnavalesca. Após anos trabalhando junto a seu esposo Renato Lage, ela reeditou o enredo de 1976, Lenda das sereias rainha do mar, com o título alterado para Lendas das sereias, mistérios do mar , samba este que também já fora reeditado pela Inocentes de Belford Roxo em 2006. A escola também trouxe de volta o intérprete Nêgo. Apesar do investimento, o Império terminou na 12ª colocação, voltando para o Grupo de Acesso .
Com uma homenagem à cantoraCarmen Miranda, o Império Serrano se tornou campeão do Grupo de Acesso A e voltou em 2009 a desfilar no Grupo Especial do Rio de Janeiro.
Em 2010, trouxe a carnavalesca Rosa Magalhães e apresentou um enredo sobre o personagem João do Rio, onde obteve um 6º lugar. Após o carnaval, seu presidente Humberto Soares Carneiro renunciou, forçando uma nova eleição, para um mandato tampão, que ocorreu em julho de 2010, e terminou com um empate entre os candidatos Vera Lúcia Correa Souza e Helton Dias, ambos com 204 votos. A primeira, por ser integrante da agremiação a mais tempo, foi eleita a presidente. que no primeiro carnaval, trouxe como carnavalesco (Alexandre Colla), interpretes (Carlinhos da Paz e Vítor Ciunha). além de Vânia Love como rainha de bateria, apresentou um enredo sobre o poetinha Vinícius de Moraes. no entanto apresentou um desfile pífio das suas tradições , mas terminou na 7ª colocação.
Em maio de 2011 houve eleição novamente, na qual se sagrou-se presidente, o ex-diretor de bateria da escola (Mestre Átila) que venceu por dois votos a ex-presidente Vera Lúcia. Além disso, antes do pleito já contratou Mauro Quintaes para ser o carnavalesco  eCarlinhos de Jesus como coreografo da comissão de frente, além de Rixxah, como intérprete, mas por decisão da escola, foi dispensado, com a justificativa de que não se encaixava no perfil da escola . sendo substituído porTiãozinho Cruz, onde seria apoio e Foi elevado ao posto de intérprete oficial da escola de Madureira. tendo ao seu lado, Freddy Vianna cantor conhecido no Carnaval Paulista, por defender por muitos anos, a Tucuruvi . O enredo será sobre Dona Ivone Lara . fez um desfile emociante, sendo apontada pela mídia carnavalesca, como a melhor escola do grupo de acesso A , o que no entanto, não refletiu ao terminar na segunda colocação.
Para 2013, a escola optou por ter como enredo uma das principais cidades do Circuito das Águas de Minas Gerais: o município de Caxambu , importante estância hidromineral. O alto valor estipulado de investimento por parte da cidade no carnaval da agremiação gerou grandes expectativas para o desfile . O retorno de Nêgo já estava acertado, tendo ele, inclusive, gravado o samba-enredo no CD da Série A e até participado do ensaio técnico na Sapucaí. Mas o regulamento dos desfiles proibe a principal voz de uma escola de assumir o posto de intérprete oficial em outra (mesmo que sejam de grupos diferentes), e Nêgo já tinha este compromisso com a Grande Rio. Às vésperas do carnaval, Freddy Vianna foi convidado para assumir mais uma vez o microfone imperiano. Também às vésperas do carnaval, Carlinhos de Jesus deixa o posto de coreógrafo da comissão de frente , assumindo, em seu lugar, Caio Nunes . A bateria conta com o retorno de Quitéria Chagas ao posto de rainha, para a satisfação da comunidade, que sempre desejou a sua volta. O patrocínio esperado não foi recebido, o que acabou comprometendo o carnaval da escola. No início do desfile, houve um problema com o tripé da comissão de frente e o mesmo teve que ser deixado ainda na concentração. O Império Serrano terminou a apuração em 3º lugar, permanecendo no grupo de acesso para os desfiles de 2014.
Para 2014 o Império teve novos nomes como Rafael Alves, novo patrono da escola e também apresentou o carnavalesco Eduardo Gonçalves e o interprete Clóvis Pê. O enredo foi sobre a cidade de Angra dos Reis. Apesar de não receber o Patrocinio prometido pela Prefeitura de Angra o Império fez o Carnaval e terminando na 6º posição. após esse carnaval, houve mais uma eleição onde inicialmente seria em 18 de Maio, mas com uma liminar fez com que fosse alterdo para 15 de Junho, que quase foi novamente suspensa. mas devido a erro na justiça, foi confirmada essa eleição que será apenas como aclamação e retorno de Vera Lúcia Correa a presidência. No ano de 2015, traz Severo Luzardo como seu carnavalesco. além do retorno da porta-bandeira Raphaela Caboclo que formar par com o mestre-sala Feliciano e Cremilson Silva sendo o cantor principal, oficializado perto do desfile. pois inicialmente era composto por Alex Ribeiro, Arlindo Netto, Lucas Donato e do própio Cremilson. sendo Lucas desistido pra ser apoio da Grande Rio. entretanto terminou na terceira colocação.
Para 2016, a escola homenageia um de seus icones (Silas de Oliveira) com a continuação do carnavalesco Severo Luzardo e agora tendo o renomado intérprete Pixulé, como seu novo cantor.

Fonte: rio-carnival

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