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quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Tupy de Braz de Pina, seu samba e sua história.





 Tupy de Braz de Pina é uma das mais tradicionais escolas de samba da história de nosso carnaval. E "é" justamente por isso, por fazer parte da História.

ENREDO

Tupy de Braz de Pina, enredo "Tânia Índio do Brasil, destaque da vida e do carnaval", desenvolvido pela comissão de Carnaval, para 2016.

Quis Tupã, o deus supremo dos povos das terras guaranis que Tupi, o poderoso cacique de Brás de Pina reunisse sua gente no alto da colina para anunciar a grande viagem encantada.

Tupã faz rodar o moinho do tempo para voltar ao passado e Jaci, a grande lua prateada guia todos até o Amazonas, nos confins de Alto Purus, terra dos ancestrais de Tânia Índio do Brasil, nossa ilustre homenageada.

Raios de luar iluminam um lindo ritual onde toda tribo dança em louvor à grande lua Jaci.

Os índios Sapinis bailam e não percebem a presença maligna do monstro caraíba, que aguarda na espreita as crianças se afastarem para brincar nas águas do rio.

O homem branco, num momento de distração dos índios rouba da mãe natureza inocentes curumins. Entre eles, Cecília, que mais tarde viria a ser mãe de Tânia Índio do Brasil.

Vendida para trabalhar em casa de homem branco, a menina Cecília não aceitou seu destino e fugiu. De estrada em estrada, veio parar no Rio de janeiro. Aqui conheceu César Brasil, compositor de sambas, parceiro de Nelson Cavaquinho. Dessa união nasceu nossa homenageada. O gosto pelas coisas simples da vida, pelo samba, pela boemia ela herdou dos pais.

Mais tarde desabrochou o amor pela verde e rosa e fez morada em seu coração para a Estação Primeira de Mangueira. Tanto amor e dedicação elevaram Tânia ao posto de destaque. E lá se vão 56 anos de destaque. Ela é a mais tradicional destaque de escolas de samba do mundo. Tânia encarnou rainhas e grandes personagens brasileiras. Fantasias lindas e delirantes lembraram o frevo, o maracatu, a África, a religiosidade, lendas, a arte sacra e mitos.

Tânia foi eleita uma das elegantes do Samba! Sua ações em prol do próximo, apenas os amigos mais íntimos sabem. Mas está na hora do povo saber do espírito caridoso de Tânia Índio do Brasil, que amparou dezenas de seres humanos discriminados e desprezados por suas famílias. Ela sempre tem uma vaga no seu enorme coração para quem precisa de um afago ou de um amparo material.

É nobre a missão dessa Dama do Samba!

Destaque da Vida, que driblou a morte vencendo a batalha contra um aneurisma.

Hoje ela está aí!!! Linda!!! Firme e forte!

Altiva como uma Rainha! Humilde como uma simples mortal, que vive assim, no meio do povo!

E a Tupi, agradecida vem cantar em verso e prosa essa história, para que seja eternizada quem tanto faz pelo carnaval e pela alegria de viver.

História



Originado de um time de futebol e de um bloco carnavalesco, o Grêmio Recreativo Escola de Samba Tupy de Braz de Pina foi fundado na rua Guaíba em 20 de janeiro de 1951, no bairro que lhe deu o nome. Em seus primeiros anos, desfilou apenas pelas ruas do subúrbio, até 1956, quando fez sua primeira apresentação na Praça Onze, desfilando sem concorrer. De 1957 a 1998 passeou pelos diversos grupos do carnaval carioca.
Entre outros carnavais, a Tupy (assim, com "y", conforme ostentava seu pavilhão) cantou Caymmi antes da Mangueira, fez Manôa antes da Beija-Flor, visitou a Bahia, exaltou o saudoso Sargentelli e a eterna rainha Marlene, a arte de Almeida Jr., Gonçalves Dias e Chiquinha Gonzaga, cruzou o sertão com o São Francisco e tirou o Brasil para dançar.

Estreou, em 1956, no carnaval, sem concorrer, se apresentando na Praça Onze no então Grupo 2. Em 1957, foi vice-campeã do Grupo de acesso A, à época chamado de Grupo 2, fazendo 91 pontos com o enredo Ordem e progresso, sendo promovida para o Grupo Especial (Grupo 1). Na época só havia dois grupos.
Em 1958, foi a 8° colocada no Grupo Especial com o enredo Inconfidência Mineira, fazendo 85 pontos, mantendo-se no mesmo grupo.
Em 1959, foi a 13° colocada no Grupo Especial, sendo rebaixada para o Grupo de acesso A, com o enredo Memórias de um preto velho com 74,5 pontos.
Em 1960, foi a 5° colocada no Grupo de acesso A com o enredo Exaltação à arte e pintura da Almeida Jr., com 78,5 pontos.
Ganhou notoriedade pela apresentação do samba Seca do Nordeste no carnaval de 1961, quando foi vice-campeã do Grupo de acesso A, perdendo apenas para a Unidos do Cabuçu, fazendo 86,5 pontos.
Em 1962, estava no Grupo Especial com o enredo Gonçalves Dias e suas memórias, ficando em 10° (última) com 64 pontos, sendo rebaixada para o Grupo 2.
Em 1963, foi 10° no então Grupo 2 com o enredo Preto-Velho, fazendo 34 pontos e permanecendo no mesmo grupo. No ano seguinte não desfilou.
Em 1965, foi 9° colocada com o enredo Outros carnavais com 84 pontos, permanecendo no mesmo grupo.
Em 1966, teve o enredo Exaltação à Bahia, ficando em 9° novamente.
Em 1967, foi 6° com o O homem que não quis ser rei, permanecendo no então Grupo 2. A mesma colocação ocorreu no ano seguinte quando apresentou o tema Bodas imperiais, fazendo 79 pontos.
Em 1969, não desfilou. Voltando em 1970, ficou na 3° colocação, ao apresentar o tema Praça XI, berço do samba com 77 pontos. Em 1971, ficou em 4°, com o tema São Francisco a caminho do sertão, com 111 pontos.
Em 1972. O enredo foi Chiquinha Gonzaga e ganhou nota 10 de ponta a ponta, fazendo 66 pontos..  Naquele ano desfilaram com instrumentos emprestados pela Beija-Flor, chapéus da Santa Cruz e o presidente era o Sidney. Neste ano foi a campeão do 2º grupo e em 73 desfilaram no 1º grupo, ficando na frente da Vila. Desfilaram na candelária com enredo Marlene. 
No ano seguinte, foi rebaixada do Grupo Especial ao ficar em penúltimo lugar (9°), ao apresentar o enredo Assim dança o Brasil, com 41 pontos. Foi com Essa Nega Fulô, que a agremiação ficou em 7° lugar no Grupo 2 de 1974.
Em 1975, a Tupy é vice-campeã do Grupo 2 ao apresentar o enredo Brasil, glória e integração, com o samba do Leonel Vieira, o Caciça, fazendo 72 pontos. Mas, no ano seguinte é a última colocada do Especial (14°) ao apresentar o enredo Riquezas áureas da nossa bandeira com 65 pontos. Desfilaram na Presidente Vargas, sentido Candelária.
Em 1977, apresenta Um sonho colorido ficando com a 7° posição com 47 pontos. No ano seguinte, piora a sua posição ficando em 13° com o enredo Manôa, um sonho dourado com 68 pontos, sendo rebaixada.
Em 1979 é criado o Grupo 2A, substituindo o antigo Grupo 3, hoje chamado de Grupo de acesso B. A agremiação, já em curva descendente, é a última colocada com 72 pontos e o enredo 'Folia-folia'. Em 1980, não desfila.
Volta apenas em 1982 no Grupo 2A com o tema Sobrenatural de Almeida, fazendo 159 pontos, chegando ao 10° lugar, conseguindo por pouco permanecer no mesmo grupo. No ano seguinte, é Mistérios das matas com Ossaim, Ossanha e Oxóssi o enredo que a agremiação apresenta, ficando em 8°, com 162 pontos.
Em 1984, é 5° lugar com Rio, carnaval e cinzas, fazendo 180 pontos. No ano seguinte é Caymmi, poeta do mar o tema que dá apenas o 5° lugar para a escola com 191 pontos, permanecendo no Grupo 2A. A mesma colocação do ano anterior ocorre em 1986 com o enredo Cobiças e lendas na Amazônia), fazendo 194 pontos.
Em 1987, foram criados os Grupos 1, 2, 3 e 4. Como a Tupy pertencia ao Grupo 2A, equivalente ao Grupo 3, hoje Grupo de acesso B, foi remanejada para o 3, sendo consagrada no ano a vice-campeã, perdendo o título por apenas dois pontos para a Paraíso do Tuiuti. O tema apresentado foi Marlene, a estrela maior, fazendo 223 pontos. Mas no ano seguinte, foi a última colocada, 10° lugar, apresentando E agora José?, com 176 pontos, não havendo rebaixamento naquele ano.
Em 1989, novamente no Grupo 2, a escola não teve sorte. Foi 10° colocada com o enredo Rio boa praça, fazendo 170 pontos. Em 1990, foi com Saudade, hoje eu vou batucar, que a agremiação ficou em 7° lugar com 195 pontos, permanecendo no Grupo 2. Em 1991, foi 5° colocada com o enredo Acredite se puder, fazendo 211 pontos. No ano seguinte, foi Tributo as raízes, o assunto escolhido que deu 180 pontos à escola, deixando na 6° posição. Uma colocação acima, a Tupy conseguiu em 1993 com o enredoArmando Campos, uma vida que dá samba, com 201 pontos.
Em 1994, ficou em 4° lugar com o enredo Sargentelli, hoje o show é na avenida, fazendo 220 pontos.
A complicada nomenclatura dos grupos mudou novamente para 1995. Dessa vez, criaram o Grupo Especial, Grupo de acesso A, Grupo de acesso B e, para atrapalhar ainda mais a compreensão geral, os Grupos 1 e 2, que hoje seriam o Grupo de acesso C e o Grupo de acesso D. A Tupy foi remanejada para o Grupo 1 (Grupo de acesso C, ficando em 3° lugar com o propositado Eu era feliz e não sabia, não conseguindo nenhuma promoção, que só ocorreu para o campeão e vice.
Em 1996, a escola fez um péssimo desfile ficando em 10° lugar com o enredo Bornay, a lenda viva do carnaval com 183 pontos no Grupo de acesso C.
Em 1997, a escola sofreu um novo descenso com o enredo Brava gente brasileira, fazendo 87 pontos, caindo para o Grupo de acesso E, o último. No ano seguinte, a agremiação parecia dar a volta por cima ao ser promovida com 151 pontos, alcançando o 3° posto, voltando ao Grupo de acesso D. 
Em 2014 , após 17 anos de ausência retornando aos desfiles,no comande de Fabio Augusto.

Curiosidade

A visita do Governador Negrão de Lima á quadra da Tupy de Braz de Pina na década de 60.
O presidente da escola na época resolveu homenagear o governador. Ele compareceu na escola, era um dia de muita chuva. Ele entrou na quadra carregado no colo, já que era numa rua de barro, botaram-no direto no palaque e o pessoal sambou dentro d"água a noite toda. Foi na época em que o bloco passou para escola de samba, compareceram a Mangueira, Portela e o Salgueiro. 

Presidentes.


NomeMandato
Reinaldo Farias1978
Vadinho1979-1980
Jacy Figueira1981
Ubirajara1982-1983
Sidney Ferreira Hassen Dan1984-1985
José Foguete1986-1988
Sidney Ferreira Hassen Dan1989-1990
Leôncio de Oliveira1991-1993
Fabio Augusto Teófilo (Fabinho)2014-atualidade



DESFILES DA TUPY DE BRAZ DE PINA
ANO
GRUPO
ENREDO
CLASS.
1957
II
Ordem e progresso
1958
I
Inconfidência Mineira
1959
I
Memórias de um preto velho
13ª
1960
II
Exaltação à arte e pintura de Almeida Jr.
1961
II
Seca no Nordeste
1962
II
Gonçalves Dias e suas memórias
10ª
1963
II
Preto velho
10ª
1964

não desfilou

1965
II
Outros carnavais
1966
II
Exaltação à Bahia
1967
II
O homem que não quis ser rei
1968
II
Bodas imperiais
1969
II
Senzala em festa
ñ julgada
1970
II
Praça XI, berço do samba
1971
II
São Francisco a caminho do sertão


A Tupy de Braz de Pina desfilará no Carnaval 2016 pelo Grupo E, na Avenida Intendente
Magalhães.


Sucessos a Tupy de Braz de Pina.
Equipe Feysom.


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