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segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Preto Jóia - Um dos grandes interpretes do Samba do Rio.

Preto Jóia

















Começou na ala de compositores da Imperatriz. tendo sua primeira chance como intérprete em 1985. nesse ano, por falta de energia no Sambódromo, o desfile atrasou seis horas. A performance da escola foi prejudicada, já que deveria entrar à meia-noite da segunda-feira de carnaval, no entanto, começou a apresentação pela manhã. em 1989. foi volta por cima com a escolha do samba Liberdade, liberdade, abra as asas sobre nós, feito em parceria com Vicentinho, Jurandir e Niltinho Tristeza. sendo poucas as vezes que teve que levar o samba na quadra. após a saída de Dominguinhos do Estácio, foi alçado à condição de intérprete, por onde ficou por dez anos .

Em 2000, foi para São Paulo, para defender a Tucuruvi. em 2002, retornou ao carnaval carioca, como intérprete da Porto da Pedra, por onde ficou em três anos. em 2005, defendeu a Tradição . em 2007 e 2008, retornou como intérprete da Imperatriz . em 2009, acertou com a Praiana , mais caindo pouco dias antes do desfile. tendo o mesmo acontecido no ano anterior, com a Inocentes de Belford Roxo. em 2010 foi ser intérprete da Maracatu da Favela , por onde ficou até 2011. sendo que neste ano, teve uma passagem pela Tatuapé.

Após um bom tempo afastado foi anunciado como um dos cantores oficiais da Mangueira, entretanto tal noticia se tratava apenas de um boato. mas não ficou de fora do carnaval, pois foi apoio de Wander Pires, na Imperatriz . com a ida deNêgo para Imperatriz, aonde esteve cotado a retornar e ser efetivado como cantor, Preto Jóia assumirá o comando do carro de som da Cubango.
Fora do carnaval


De onde surgiu o apelido Preto Jóia?
Preto Jóia
 – É que eu trabalhava numa empresa de diamantes, fabricando pedras preciosas. 
E o gringo ficava só me perturbando, “Ô preto, cadê a jóia?, Ô preto cadê, a jóia?” e os colega 
que estavam ali falavam: “Ô preto, cadê a jóia, Preto Jóia?”. O apelido pegou e eu agradeço a
um grande amigo e ao gringo por isso.

E o grito "Dá licença..."?
Preto Jóia
 – Na verdade, surgiu no segundo ano que puxei pela Imperatriz Leopodinense. 
Eu achava que tinha que ter alguma coisa forte para que me identificasse na Marquês de 
Sapucaí.

Qual foi seu melhor momento na Avenida?
Preto Jóia
 – Sabe que tive vários pela Imperatriz Leopodinense, mas a volta ao carnaval 
do Rei de Janeiro, o primeiro ano cantando na Porto da Pedra, acho que foi um momento 
inesquecível no carnaval, "Serra Acima, Rumo à Terra dos Coroados", em 2002.

Dá uma palhinha?
Preto Jóia
 – "...Natureza
Os nativos coroados
Sinais de rica cultura
A densa neblina cobre a mata
O ciclo do ouro ao barroco nos levou
Dom Pedro Primeiro
Com essa terra se encantou..." 

Intérprete ou puxador, o que você prefere?
Preto Jóia
 – Aquilo que você achar melhor. Não adianta eu falar que sou intérprete, se o 
povo me chama de puxador.

Além de intérprete ou puxador, você também é compositor. Quais 
são os sambas que você já ganhou?
Preto Jóia
 – “Liberdade, liberdade! Abra as Asas Sobre Nós”, 1989; “Terra Brasilis, o que 
se Plantou Deu”, 1990; “O que É que a Banana Tem?”, 1991 e “Quase no ano 2000...” , 
1998, todos pela Imperatriz.

Esses sambas eram melódicos. Está faltando melodia nos sambas 
de hoje?
Preto Jóia
 – Eu acho que a melodia e a cadência levam a escola a fazer um grande desfile.
Você tem que passar essa cadência para a bateria e para os componentes. Com correria 
você não chega em lugar nenhum.

Qual o samba que você gostaria de ter puxado na Avenida e não 
puxou?
Preto Jóia
 – “Valeu Zumbi, o grito forte dos Palmares... “ e por aí vai, Vila Isabel, carnaval 
de 1988.

O intérprete pode criar uma identificação, como o Jamelão da 
Mangueira, o Neguinho da Beija-Flor, pois eles nunca saíram dessas escolas. O que 
você tem a dizer sobre, por exemplo, você, que já foi da Imperatriz e de outras escolas 
aqui no Rio? Você acha que isso tira um pouco da identidade ou deve-se ser 
profissional mesmo?
Preto Jóia
 – Não, o trabalho hoje é profissional. Se eles se mantêm nas escolas deles é 
porque estão se sentindo bem profissionalmente. Eu acho que o samba hoje é como o futebol, 
tem vários jogadores que jogam em outros times, mas têm o time deles de coração. Então, 
eu acho que não deixam de ser profissionais. É como eu. Hoje eu posso ter minha escola 
de coração, mas profissionalmente sou Porto da Pedra, pela qual eu luto, brigo e dou meu suor.

Você quando está jogando futebol e passa por um e passa por outro, 
pede “dá licença” pra poder passar com a bola?
Preto Jóia
 – Quando peço “dá licença” os caras dão pancadas, eles não deixam passar não, 
eles metem o pau.

Houve algum momento ruim?
Preto Jóia
 – Não tive momento que não foi legal, eu só tive momentos bons e espero 
continuar tendo grandes momentos daqui pra frente.

Quantos Estandartes de Ouro você já ganhou?
Preto Jóia
 – Dois Estandartes de Ouro, em 1989 e 1993.

O que você diria para uma pessoa que gostaria de ser intérprete 
de uma escola de samba? Qual conselho você daria?
Preto Jóia 
– Primeiro, tem que ter o dom de cantar. Depois, tem que ter humildade, 
respeitar o próximo, tentar a sorte na Marquês de Sapucaí e ser agraciado por Deus.

Você fez algum curso de canto?
Preto Jóia
 – O curso é a vida, é o conhecimento, é viver diante de grandes intérpretes, 
cantar como Jamelão, Dominguinhos do Estácio, Neguinho da Beija-Flor. Eles foram 
os meus gurus e foi com eles que aprendi muito e pretendo passar para cantores da 
Porto da Pedra aquilo que eu aprendi.


Preto Jóia
 – Tem vários puxadores, Jamelão, Dominguinhos, Neguinho... Já teve 
Aroldo Melodia, que está parado, e Ney Vianna, que faleceu.

Você se espelha em alguém?
Preto Jóia
 – Já me espelhei antes, agora eu me espelho em mim mesmo. Antes 
eu me espelhava no Neguinho da Beija-Flor, na forma de cantar, se vestir, na garra, 
na pegada do Neguinho e na voz do Jamelão. Esses me deram o tempero pra eu poder 
fazer aquilo que tenho de melhor na Avenida.

Antes do desfile, como é o preparativo para a voz?
Preto Jóia
 – Eu faço o que é primordial, descansar a voz. 

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