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sábado, 2 de janeiro de 2016

Beija-flor 2016, seu samba e sua história.


Samba Enredo: "Mineirinho Genial! Nova Lima - Cidade Natal. Marquês de Sapucaí - O Poeta Imortal!"

Autores: Marcelo Guimarães, Sidney de Pilares, Manolo, Jorginho Moreira, Kirraizinho e Diogo Rosa

Intérprete: Luiz Antônio Feliciano Marconde (Neguinho da Beija-Flor)

Samba Enredo 2016


ABRIU-SE A CORTINA DO TEMPO
EMOLDURANDO A HISTÓRIA A BEIJA-FLOR ÔÔÔ
DE NOVA LIMA À POESIA SE FEZ
NA GENIALIDADE DO MARQUÊS
NASCEU EM CONGONHAS DE SABARÁ
O MAIS PURO OURO DAS MINAS GERAIS
ATRAVESSOU O MAR, NO AFÃ DE CONQUISTAR
CONHECIMENTO EM TERRAS LUSITANAS
BRILHOU AOS OLHOS DA LEI,
FORMOU-SE BACHAREL
FIEL À NAÇÃO, ENFIM REGRESSOU
A SAUDADE APERTOU

ECOOU UM BRADO DE RESISTÊNCIA
AO LONGE SE OUVIU A VOZ DA INDEPENDÊNCIA
PELO BRASIL, IMPERA FELICIDADE
JÁ RAIOU A LIBERDADE

UM HOMEM DE REAL VALOR
UM VENCEDOR NA ESTRADA DA VIDA
EM SEU LEGADO A PRIMASIA
NA GRATIDÃO QUE HERDARIA
POETA, MÚSICO, ESCRITOR
O MINEIRINHO QUE O RIO IMORTALIZOU
TEU CHÃO FLORESCE A NOBREZA PRO SAMBA PASSAR
UM TEMPLO SAGRADO A LUZ DO LUAR
APOTEOSE DE TODO SAMBISTA
ARTISTA! HERDEIRO VERDADEIRO DE CIATA
QUE HOJE TE ABRAÇA AOS PÉS DA PRAÇA
EM MAIS UM CARNAVAL

SOU BEIJA-FLOR, NA ALEGRIA OU NA DOR
A DEUSA DA PASSARELA, É ELA!
PRIMEIRA NA HISTÓRIA DO MARQUÊS
QUE NA SAPUCAÍ É SOBERANA
DE FATO NILOPOLITANA


Enredo de 2016

"Mineirinho Genial! Nova Lima - Cidade Natal. Marquês de Sapucaí - O Poeta Imortal!"

Introdução
Uma grande História, para ser bem contada, necessita de enredo, fundamentos, algo que permeia a eternidade da linha do tempo, sem querer jogar confetes que seja cheia de vida, iluminada como uma senhora festa e que, acima de tudo, ilustre a força de seu personagem principal. Não é uma historiazinha qualquer que agora principia, por ora o prelúdio da crônica de uma vida recheada de caminhos, vitórias e uma consagração digna da nobreza d´alma de poucos com espírito tão elevado. Muitos já ouviram meu nome! Quantas vezes fui testemunha da mais original manifestação popular no maior espetáculo da Terra?

Cândido nasci, e das ruas de pedra de Congonhas de Sabará – hoje Nova Lima, jamais imaginaria um futuro tão brilhante como o mais puro ouro das Minas Gerais. Sou daquele tempo, em que a riqueza da mineração conduzia metais preciosos, influência e homens letrados à Corte no Rio de Janeiro. Mas antes de chegar à capital do Império, conheci terras lusitanas, na ciência das leis, um bacharel, e de Coimbra, coração apertado de saudade, resolvi voltar.

A vocação jurista ganha corpo, a vida profissional ascensão, e tudo parece seguir um rápido desfile no curso do Brasil à beira da Independência. O grito do Ipiranga acabara de ecoar, e eu estava nas cercanias de Mariana como Juiz de Fora.

O homem público a cada momento se eleva, e uma sucessão de conquistas parece não mais que algo naturalmente lógico na concentração da posteridade que se aproxima: deputado, senador, desembargador, conselheiro do Império, ministro das Finanças e da Justiça e, acima de tudo, o mestre preceptor do futuro Imperador Pedro II

À memória popular que pouco conhece dessas vertentes, mas que não me esquece por outros nobres motivos, históricos e culturais, deixo de ser apenas Cândido, em um ato de reconhecimento e gratidão imperial, principalmente para ter seu grande conselheiro próximo à futura Estação de trens que herdaria seu nome, Pedro Segundo me faz Visconde.

A antiga rua Bom Jardim, na Cidade Nova, conquista meu título de nobreza e definitivamente passo a escrever a glória maior da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro.

Um dia, já Marquês, minha passagem me eleva a outro plano, fincado como parte desse chão vi crescer estas paragens, vivi reformas, passei por revoluções…

Quando a liberdade quebrou correntes, eu estava lá!

A Aurora da República assisti de perto; vislumbrei de camarote a redenção de uma gente marginalizada, que pouco a pouco fez história, e através de suas escolas, ensinou o Brasil a sambar.

Ah! Quantos personagens imortais?

Quantos sambas antológicos e artistas geniais passaram por mim?

E hoje, na mais cândida paciência, aguardo os quatro dias de folia para o mundo inteiro ouvir meu nome. Eu, poeta de Minas Gerais, que nem de longe esperava tanto, sou palco de todas as emoções, a Avenida do desfile principal na Apoteose do sambista verdadeiro.

Adormeço aos pés da praça, onde faço minha última morada, e num desfecho magistral, sou apenas mais um nobre recebendo a Deusa da Passarela: Muito prazer! Marquês de Sapucaí.


A História da Beija-Flor
A Beija-Flor foi formada por um bloco carnavalesco, de Nilópolis, no dia 25 de Dezembro de 1948, por um grupo formado por Marte F, Milton de Oliveira (Negão da Cuíca), Edson Vieira Rodrigues (Edinho do Ferro Velho), Helles Ferreira da Silva, Mário Silva, Walter da Silva, Hamilton Floriano e José Fernandes da Silva.
Mas foi a mãe de Negão da Cuíca, Dona Eulália, que sugeriu o nome da agremiação, o que lhe valeu o direito de ser admitida como fundadora. O nome foi inspirado no Rancho Beija-Flor, que existia na cidade de Valença, na região serrana  do Rio.
Somente em 1953, o bloco, que virou um vitorioso no bairro, se transformou em escola de samba, fazendo o seu primeiro desfile oficial em 1954 pelo, Segundo o Grupo quando obteve a primeira colocação. Vice-campeã do segundo grupo novamente em 1962, foi novamente rebaixada após o décimo e último lugar de 1963. Em 1964, amargou novo rebaixamento, indo parar na terceira divisão do carnaval.
Após vários anos pelas divisões inferiores, apenas em 1973, quando apresentou um enredo sobre a educação, conquistou o vice-campeonato do segundo grupo, conquistando novamente o acesso à divisão principal.
A história da agremiação, pode ser dividida em duas partes: antes e depois de Joãozinho Trinta, que assumiu o cargo de diretor em 1976, com um enredo em homenagem ao jogo do bicho. Os desfiles assinados são considerados pela maior parte da crítica como antológicos, pois mesmo quando não vencia, provocava admiração nos espectadores.
Foi o que aconteceu em 1989 quando a escola, conhecida pelo luxo de suas alas e alegorias, surpreendeu o público com o enredo "Ratos e urubus, larguem a minha fantasia" levando para o Sambódromo, carros e alas repletos de lixo, além de uma réplica do Cristo Redentor mendigo.
Após uma ação judicial proposta pela Igreja Católica , a imagem foi proibida pela Justiça, e a alegoria passou pelo desfile coberta por um plástico, a frente do qual se podia ler "mesmo proibido, olhai por nós". Mesmo com isso no meio do desfile das campeãs daquele ano integrantes da escola arrancaram o plástico que cobria o cristo, levando o público ao delírio e a Platéia a aplaudir. Naquele ano a Beija-Flor ficou com o segundo lugar, mas Joãozinho foi considerado por algumas pessoas o campeão moral do desfile.
No carnaval de 1992, um casal desfilou completamente desnudo. Joãozinho Trinta foi levado a Delegacia de Policia, onde alegou que era uma homenagem a obra de Leonardo Vinci.
Após a saída do carnavalesco, após o carnaval de 1992, a escola colocou no posto Maria Augusta (1993) e o jovem Milton Cunha (1994-1997).
Com a criação de uma comissão de carnaval, em 1998, a escola voltou a vencer um campeonato, empatada com a Mangueira.
Quadra da Beija-Flor durante a final do concurso de Samba-enredo para 2011.
Durante os 2000 a escola se manteve sempre nas primeiras colocações, sendo que no período 2003/2005 conquistou seu segundo tri campeonato. Em 2007, voltou a ganhar, dessa vez com uma diferença considerável em relação à segunda colocada . Meses após o Carnaval, a Polícia Federal, durante a Operação Hurricane, prendeu, entre outros bicheiros envolvidos com escolas de samba e a LIESA, o patrono a escola, Anísio Abraão David, e apreendeu uma volumosa quantia de dinheiro, que segundo o delegado responsável pela operação, seria para comprar os jurados do desfile e assim garantir a conquista do título para a Beija-Flor . Após isto, instalou-se uma CPI na Câmara Municipal da cidade do Rio de Janeiro, que não comprovou nenhuma fraude, já que os kits alegados eram para tão-somente os mapas de votação e o delegado que afirmou tal fraude se recusou a comparecer para testemunhar na CPI, assim como a investigação da Polícia Federal nunca comprovou tais acusações.
Ainda em 2003, surgiu como revelação a passista mirim Raíssa de Oliveira, que tornou-se conhecida por tornar-se rainha de bateria com apenas 12 anos e por sua efetividade num posto altamente rotativo.
Em 2008, a comissão de carnaval escolheu o enredo "Macapába: Equinócio Solar, viagem fantástica ao meio do mundo" e conquistou o bicampeonato e o seu 11º título.
No ano seguinte, o tema escolhido foi "No chuveiro da alegria, quem banha o corpo lava a alma na folia", que falava sobre o hábito de se banhar, e os diversos tipos de banho . Houve naquele ano uma pequena mudança no estilo do samba-enredo escolhido. Aquele carnaval também ficou marcado por ter sido realizado em plena passarela, pouco antes do desfile, o casamento do intérprete Neguinho da Beija Flor, que naquele ano se recuperava de um câncer. A cerimônia teve sua parte final transmitida ao vivo pela Rede Globo, sendo que Luiz Inácio Lula da Silva, que esteve presente nos camarotes do Carnaval, foi padrinho do casamento de Neguinho. Naquele ano, a escola conquistou um vice-campeonato, perdendo o título para o Salgueiro. 
Em 2010, a Beija-Flor trouxe para a Marquês uma homenagem aos 50 anos de Brasília, sendo considerado um enredo bastante polêmico, e que acabou sendo ofuscado pelos escândalo político que estavam acontecendo no Distrito Federal, durante o ano de 2009 e o inicio de 2010. 
Para 2011, o tema escolhido para o carnaval foi uma homenagem ao cantor Roberto Carlos , que se declarara torcedor da agremiação, e no passado já participara de alguns eventos em conjunto com integrantes da escola: Neguinho da Beija-Flor, em julho de 2009, no show carioca da turnê Roberto Carlos - 50 Anos de Música, o próprio Roberto esteve presente no casamento de Neguinho e integrantes da agremiação participaram de shows realizados em cruzeiros onde o cantor também se apresentou. Boatos chegaram a ser divulgados na imprensa sobre um suposto relacionamento entre Roberto e a rainha de bateria Raíssa de Oliveira . No concurso de samba enredo, após a inscrição de dezenas de parcerias, recebeu destaque o samba enredo composto por Erasmo Carmo, Eduardo Lages e Paulo Sérgio Valle, que ficou entre os oito, mas acabou sendo eliminado da disputa. Confirmando o favoritismo, o samba de Samir Trindade (nº 39) derrotou as parcerias de nº 35 (Tom Tom, Miguel Menezes, Gelson, Barbosão e Diogo Rosa) e 77 (Marcelo Guimarães, Ribeirinho, Paulo Lopitas, Almir da Ilha, Milton Tubarão e Veni Vieira). Sagrou-se campeã de 2011. Devido a desentendimentos, Alexandre Louzada após os carnaval .
Integrantes da escola no palco, após a escolha do samba 39, para o Carnaval 2011
Para 2012 com a inclusão de André Cezar, junto com Laíla, Fran-Sérgio, Ubiratan Silva e Victor Santos, a Beija-Flor homenageou os 400 anos da cidade de São Luís do Maranhão. Além disso trouxe Fábio de Mello como coreógrafo da comissão de frente .
Fora do carnaval, ainda em 2011, a escola sediou um evento de MMA denominado Beija-Flor Fight Combat, onde contou com lutadores da Região Metropolitana, em evento que lotou sua quadra, em 2011.
Em 2013, a escola contou a história do cavalo, com patrocínio da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Manga-larga Marchador .Com o vice-campeonato, garantiu sua vaga no desfile das campeãs, do qual participava desde 1993.
O presidente de honra da agremiação manifestou desejo de ter Boni como enredo de 2014 e o próprio disse que aceitaria a homenagem. O enredo foi confirmado após o desfile das campeãs.
Para o carnaval de 2014 a escola escolheu o samba enredo da parceria de Sidney de Pilares, JR Beija-Flor, Junior Trindade, Adilson Brandão, Zé Carlos e Diogo Rosa. sendo este eleito por internautas do site SRZD, como o melhor desse ano . Além de mais uma vez trazer uma inovação para Marques de Sapucaí em 2014 que será a interação entre o 1º Casal de MS e PB e a comissão de frente, gerando uma maior expectativa para o desfile ; porém, as notas que a escola recebeu, foram, em sua maioria, baixas, chegando a ganhar 9,5 (em uma escala de 9,0 a 10) no quesito samba-enredo e outro em comissão de frente. No resultado final, a escola ficou em sétimo lugar, fora dos desfiles das campeãs, sendo o seu pior resultado desde 1992.
Em 2015, a Beija-Flor levou para a Sapucaí o enredo "Um griô conta a história: Um olhar sobre a África e o despontar da Guiné Equatorial. Caminhemos sobre a trilha de nossa felicidade", que abordou a cultura e história da Guiné Equatorial. O samba escolhido foi o de número 13, parceria de J.Velloso, Samir Trindade, Jr Beija Flor, Marquinhos Beija Flor, Gilberto Oliveira, Élson Ramires, Dílson Marimba e Silvio Roma. A escola foi a terceira a desfilar na segunda-feira de carnaval. Venceu o campeonato com um total de 269,9 pontos de 270 possíveis (contando descartes).
Em 2016, a azul e branca de Nilópolis tenta o bicampeonato levando pra Avenida a história de vida de Cândido José de Araújo Viana, o Marquês de Sapucaí. O enredo e a sinopse foram divulgados no dia 8 de junho de 2015, no barracão da escola na Cidade do Samba.

Fonte: rio-carnival

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