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terça-feira, 3 de março de 2015

Na mesa cabe o mundo - literatura Evandro Barreto

Sobre Evandro Barreto

Carioca, casado, publicitário, escritor. Conhece Paris desde o tempo em que o metrô tinha rodas de ferro, clochard não usava roupas Adidas e presidente tinha a mesma mulher oficial a vida inteira. Volta à cidade sempre que pode, permanece quanto pode e olha para tudo com olhos de primeira vez. Cocriador do Rock in Rio, se comove com Bechet solando La petite fleur. Curte calvados da Normandia, brancos da Borgonha, tintos do Médoc, queijos de leste a oeste e divide o prazer da mesa entre restaurantes consagrados e bistrôs anônimos. Se viver outra vida, não quer nascer em Paris para não perder o prazer da descoberta


.na mesa cabe o mundo



Evando Barreto, autor do livro Na Mesa cabe o Mundo , carioca de corpo e alma e parisiense bissexto, se sentiu irresistivelmente impelido a escrever o post abaixo.

Por Evando Barreto
A primeira Conexão Paris começou antes mesmo da fundação da “muy leal e valerosa cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro”. Quando Estácio de Sá desembarcou aos pés do Pão de Açúcar, os franceses já estavam instalados no lado de dentro da baía. E foi literalmente uma luta tirá-los do pedaço, encerrando-se assim o sonho imperial da França Antártica.  Se tivesse dado certo, talvez brasileiros e franceses nunca se entendessem tão bem como veio a acontecer ao longo da história, eles fascinados pelo Riô, nós apaixonados por Paris, com a música dos dois lados alimentando e refletindo afinidades. “Madureira chorou” virou “Si tu vas ao Rio”,  Henry Salvador teve premonições da bossa nova, o Teatro Municipal,  versão compacta da Opera Garnier, resume a influência francesa na modernização da paisagem urbana carioca, regida há mais de um século pelo prefeito Pereira Passos.
450 anos depois, aqui estamos nós, juntos por obra e graça de Lina Hauteville como se o mar fosse um  detalhe, numa festa  que pede música para ser ouvida com a alma. Cantemos, pois, em coro mudo, o Samba da Benção, de Baden e Vinicus, ou Samba Saravah, na versão de Pierre Barhou, com a mesma emoção passada no filme de Claude  Lelouch, “Um homem, uma mulher”. Saravah, Lina! Saravah, Mariana! Saravah, equipe, leitores e pitaqueiros do CP!

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