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domingo, 7 de fevereiro de 2016

Império Serrano encanta a avenida com Silas de Oliveira "È campeã¨IMPERIANO VOLTE AO SEU LUGAR: VENCEDOR








Compositores: Arlindo Cruz, Aloísio Machado, Arlindo Neto, Ze Gloria, Andinho Samara e Lucas Donato. Participação Especial: Carlos Senna, Beto Br e Ronaldo Nunes
Intérprete: Pixulé
HOJE NUM RELICÁRIO VIVO NA MEMÓRIA
SERRINHA É UM ENCANTO A TUA HISTÓRIA
TALVEZ A MAIS BELA DE UMA FAVELA
POIS FOI ASSIM QUE MEUS AVÓS CONTARAM
NO MEIO DO MATO
PASSAVA NOITE VINHA DIA...
O NEGRO FEZ DO MORRO MORADIA
PEDINDO AO REI BANTO PROTEÇÃO, SAÚDE...
COMO NOS BONS TEMPOS DE ALÉM MAR
COM ÁGUA NA CACHOEIRA E OUVINDO PÁSSAROS CANTAR
QUANDO O JONGO ME CHAMOU EU LOUVEI MARIA
E NO TOQUE DO TAMBOR TEM MAGIA
VEIO GENTE DA ESTIVA, DA RESISTÊNCIA TAMBÉM
TODO MUNDO CHEGOU NO BALANÇO DO TREM
ÔÔ TINHA SAMBA NA RUA
VEIO O BLOCO DA LUA
ERA CARNAVAL!
FOI COM PRAZER QUE EU DESCI A SERRINHA
NUMA NOITE DOURADA, NUM SONHO REAL
ESTAVA NASCENDO O IMPÉRIO SERRANO
REIZINHO DO MEU LUGAR...
PRO SANTO GUERREIRO ABENÇOAR...
QUANDO PARTI... DE LONGE EU VI MUDAR
TUDO SE MODERNIZAR..
É A EVOLUÇÃO...A BRISA QUE AFAGA A JUVENTUDE
COM CHARME E NEGRITUDE
MAS A ARTE SE ETERNIZOU
NOS BALUARTES QUE MOSTRARAM O SEU VALOR!
MEU CENTENÁRIO VOU COMEMORAR
ESSE É O POVO QUE ME CONSAGROU
IMPERIANO VOLTE AO SEU LUGAR: VENCEDOR

A Império Serrano, quarta escola a desfilar na noite deste sábado (6) pela Série A do Rio de Janeiro, fez uma apresentação tecnicamente perfeita. "Silas canta Serrinha" foi o tema, desenvolvido pelo carnavalesco Severo Luzardo. Quatro carros alegóricos, com acabamento impecável, ajudaram a homenagear o compositor. O volume das fantasias também provocou um belíssimo efeito na Marquês de Sapucaí.
Foto: SRZD-Rodrigo Trindade
A comissão de frente, coreografada por Cláudia Motta, trouxe 15 componentes representando a "África Ancestral, Culto às Divindades Bantus", tradição da tribo de mesmo nome, de origem africana, e que buscava resposta de espíritos ancestrais para alcançar prosperidade e proteção.
Foto: SRZD-Rodrigo Trindade
O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Feliciano Júnior e Raphaela Caboclo, Repetiu a dose de profissionalismo e representou a "Realeza Banto", em que o príncipe e a princesa bailavam em louvação aos deuses ancestrais, de acordo com a crença da tribo dos bantus.
Foto: SRZD-Rodrigo Trindade
O abre-alas trouxe uma savana africana, no olhar do homenageado Silas de Oliveira, que narra a própria história através do desfile. Outros elementos de origem afro apareciam no carro, acoplado e imponente. Iluminação das alegorias é outro ponto importante a ser destacado: não houve apagão. Tudo funcionou, mostrando que a equipe técnica da escola tem competência para gerir tais dispositivos.
Foto: SRZD-Rodrigo Trindade
Foto: SRZD-Rodrigo Trindade
Bateria de mestre Gilmar é um dos destaques do desfile da verde e branca
A bateria, comandada por mestre Gilmar, foi outro destaque da passagem da Império Serrano na Avenida. Com boa cadência e entrosada com o carro de som, liderado pelo intérprete Pixulé, somou pontos para o quesito. O blogueiro Cláudio Francioni, especialista em baterias de escolas de samba, fez muitos elogios ao desempenho dos ritmistas: "Foi uma belíssima apresentação do Império, que se credencia a brigar pelo título da Série A", resumiu.
Foto: SRZD-Rodrigo Trindade
A Império Serrano fez o melhor desfile dos últimos anos. "Posso afirmar que a escola fez o seu melhor desfile dos últimos anos. Muito bem acabada, com harmonia e evolução perfeitas, ela se credenciou a brigar pela vaga na elite do samba. O imperiano pode sonhar com o retorno ao seu lugar", afirmou.
Foto: SRZD-Rodrigo Trindade
A verde e branca de Silas de Oliveira encerrou o desfile no limite máximo de 55 minutos. Apurou-se que o último setor da escola acelerou os passos, rumo à chegada na Praça da Apoteose, para que não houvesse o estouro do tempo. O fato, porém, não teria prejudicado a evolução. Império Serrano, certamente, estará na briga. Até o momento, passou melhor que Viradouro e Paraíso do Tuiuti, outras duas apontadas como favoritas ao título.
Foto: SRZD-Rodrigo Trindade
Fotos: SRZD-Rodrigo Trindade


A História da Império Serrano

Em 1946, Mano Décio da Viola e Silas de Oliveira, então integrantes da Prazer da Serrinha, haviam composto o samba Conferência de São Francisco para o carnaval, mas no momento de desfile, o presidente da escola, Alfredo Costa, resolveu que a escola desfilaria com outro samba. A confusão gerou problemas de harmonia, o que levou a Prazer da Serrinha a terminar em 11º lugar. Descontentes, Mano Décio da Viola , Silas de Oliveira , Sebastião de Oliveira (Molequinho), entre outros, em reunião na casa de DonaEulália do Nascimento, decidiram fundar uma nova agremiação, a qual deram o nome de Império Serrano, uma homenagem ao Império da Tijuca.

Torcida do Império Serrano, na Sapucaí, em 2009.
Seu primeiro presidente foi João Gradim, que era irmão de Molequinho e Dona Eulália, e genro do dirigente de carnaval Mano Elói. Em seu primeiro desfile, a escola sagrou-se campeã, no ano de 1948 , ano em que ainda não havia a divisão do Carnaval entre grupo principal e divisões inferiores. Começava a surgir, no entanto, a disputa política entre as entidades representativas UGES e FBES, sendo o Império filiado a esta última. Apenas as escolas filiadas a FBES teriam recebido verbas públicas, uma retaliação do poder municipal a proximidade entre a UGES (depois UGESB) e o PCB.
A presença de Irênio Delgado, considerado pela Portela e Mangueira como simpatizante do Império Serrano, aprofundou a cisão, levando a organização de mais de um concurso nos três anos seguintes, um por cada entidade representativa (UGESB, FBES e a efêmera UCES, que só durou um ano). No concurso da FBES, o Império Serrano venceu nos três anos, obtendo o tetra-campeonato consecutivo.
Com a reunificação do carnaval em 1952 a partir da criação da AESCRJ, não houve julgamento dos desfiles do grupo principal daquele ano, o que fez com que apenas em seu sexto carnaval a escola da Serrinha não conquistasse o título, sendo vice-campeã em 1953 e 1954. Venceu novamente em 1955 e 1956, posicionando-se a partir de então como uma das forças mais tradicionais do Carnaval carioca de então, ao lado de Portela, Mangueira e Salgueiro.
Em 1975 a escola escolheu como enredo "Zaquia Jorge, Vedete do Subúrbio, Estrela de Madureira", sendo a disputa interna vencida pelo compositor Avarese. No entanto, o samba que ficou em segundo lugar, composto por Acyr Pimentel e Cardoso, acabou sendo gravado por Roberto Ribeiro sob o título "Estrela de Madureira", e se tornou um clássico do samba, e também uma espécie de hino da escola, tornando-se muito mais famoso que o samba vencedor daquele ano.
Em 1978 entre as 10 escolas de samba do Grupo Principal, a Império Serrano termina na sétima posição e com isso sofre o seu primeiro rebaixamento da história .
No ano de 1981, é lançado o livro "Serra, Serrinha, Serrano: o Império do Samba", de Raquel Valença e Suetônio Valença, até hoje considerado uma referência sobre a história da escola.Nesse mesmo ano a escola ficou em último lugar.
Em 1982, a cantora Clara Nunes gravou o Serrinha (samba em homenagem à escola), escrito por Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro.
Também na década de 1980, a escola teve grandes momentos com enredos criados por Fernando Pamplona, desenvolvidos por outros carnavalescos, como Bumbum Praticumbum Prugurundum, de 1982, quando as carnavalescas Rosa Magalhães e Lícia Lacerda deram ao Império Serrano seu último título da primeira divisão, após um jejum de dez anos,Mãe Baiana Mãe (1983), Eu Quero (1986), Com a boca no mundo, quem não se comunica se trumbica (1987) e Para com isso, dá cá o meu (1988).
Na década de 1990, a escola enfrentou sérios problemas de política interna que redundaram em três rebaixamentos (1991, 1997, 1999).
O Império voltou à elite do carnaval em 2001, mas ainda permaneceu lutando com dificuldade para permanecer no Grupo Especial. Nesse ano, trouxe um samba de Arlindo Cruz, Maurição, Carlos Sena e Elmo Caetano, que foi considerado pela crítica como o mais bonito do ano, e que contava a história da Resistência, como era chamado o Sindicato dos Estivadores do Rio de Janeiro, ao qual vários dos primeiros integrantes da escola foram ligados. Porém um defeito no principal carro alegórico, formado por um contêiner que se abriria durante o desfile, inviabilizou a surpresa que a escola havia preparado, o que certamente deve ter lhe tirado pontos preciosos.
Em 2004, o Império reeditou "Aquarela Brasileira", considerado um dos sambas-enredo mais bonitos da história, e mesmo com problemas financeiros e disputas internas, levantou o público no Sambódromo , mas acabando longe do título na classificação final.
Em 2007, a escola caiu novamente para o grupo de acesso A, sagrando-se a campeã deste grupo em 2008 com o enredo Taí, eu fiz tudo para você gostar de mim . A escola regressará ao Grupo especial.
Para o carnaval de 2009, após o retorno ao Grupo especial e a reeleição de Humberto Soares Carneiro para a presidência da escola, Márcia Lage estreou carreira-solo como carnavalesca. Após anos trabalhando junto a seu esposo Renato Lage, ela reeditou o enredo de 1976, Lenda das sereias rainha do mar, com o título alterado para Lendas das sereias, mistérios do mar , samba este que também já fora reeditado pela Inocentes de Belford Roxo em 2006. A escola também trouxe de volta o intérprete Nêgo. Apesar do investimento, o Império terminou na 12ª colocação, voltando para o Grupo de Acesso .

Com uma homenagem à cantoraCarmen Miranda, o Império Serrano se tornou campeão do Grupo de Acesso A e voltou em 2009 a desfilar no Grupo Especial do Rio de Janeiro.
Em 2010, trouxe a carnavalesca Rosa Magalhães e apresentou um enredo sobre o personagem João do Rio, onde obteve um 6º lugar. Após o carnaval, seu presidente Humberto Soares Carneiro renunciou, forçando uma nova eleição, para um mandato tampão, que ocorreu em julho de 2010, e terminou com um empate entre os candidatos Vera Lúcia Correa Souza e Helton Dias, ambos com 204 votos. A primeira, por ser integrante da agremiação a mais tempo, foi eleita a presidente. que no primeiro carnaval, trouxe como carnavalesco (Alexandre Colla), interpretes (Carlinhos da Paz e Vítor Ciunha). além de Vânia Love como rainha de bateria, apresentou um enredo sobre o poetinha Vinícius de Moraes. no entanto apresentou um desfile pífio das suas tradições , mas terminou na 7ª colocação.
Em maio de 2011 houve eleição novamente, na qual se sagrou-se presidente, o ex-diretor de bateria da escola (Mestre Átila) que venceu por dois votos a ex-presidente Vera Lúcia. Além disso, antes do pleito já contratou Mauro Quintaes para ser o carnavalesco eCarlinhos de Jesus como coreografo da comissão de frente, além de Rixxah, como intérprete, mas por decisão da escola, foi dispensado, com a justificativa de que não se encaixava no perfil da escola . sendo substituído porTiãozinho Cruz, onde seria apoio e Foi elevado ao posto de intérprete oficial da escola de Madureira. tendo ao seu lado, Freddy Vianna cantor conhecido no Carnaval Paulista, por defender por muitos anos, a Tucuruvi . O enredo será sobre Dona Ivone Lara . fez um desfile emociante, sendo apontada pela mídia carnavalesca, como a melhor escola do grupo de acesso A , o que no entanto, não refletiu ao terminar na segunda colocação.
Para 2013, a escola optou por ter como enredo uma das principais cidades do Circuito das Águas de Minas Gerais: o município de Caxambu , importante estância hidromineral. O alto valor estipulado de investimento por parte da cidade no carnaval da agremiação gerou grandes expectativas para o desfile . O retorno de Nêgo já estava acertado, tendo ele, inclusive, gravado o samba-enredo no CD da Série A e até participado do ensaio técnico na Sapucaí. Mas o regulamento dos desfiles proibe a principal voz de uma escola de assumir o posto de intérprete oficial em outra (mesmo que sejam de grupos diferentes), e Nêgo já tinha este compromisso com a Grande Rio. Às vésperas do carnaval, Freddy Vianna foi convidado para assumir mais uma vez o microfone imperiano. Também às vésperas do carnaval, Carlinhos de Jesus deixa o posto de coreógrafo da comissão de frente , assumindo, em seu lugar, Caio Nunes . A bateria conta com o retorno de Quitéria Chagas ao posto de rainha, para a satisfação da comunidade, que sempre desejou a sua volta. O patrocínio esperado não foi recebido, o que acabou comprometendo o carnaval da escola. No início do desfile, houve um problema com o tripé da comissão de frente e o mesmo teve que ser deixado ainda na concentração. O Império Serrano terminou a apuração em 3º lugar, permanecendo no grupo de acesso para os desfiles de 2014.
Para 2014 o Império teve novos nomes como Rafael Alves, novo patrono da escola e também apresentou o carnavalesco Eduardo Gonçalves e o interprete Clóvis Pê. O enredo foi sobre a cidade de Angra dos Reis. Apesar de não receber o Patrocinio prometido pela Prefeitura de Angra o Império fez o Carnaval e terminando na 6º posição. após esse carnaval, houve mais uma eleição onde inicialmente seria em 18 de Maio, mas com uma liminar fez com que fosse alterdo para 15 de Junho, que quase foi novamente suspensa. mas devido a erro na justiça, foi confirmada essa eleição que será apenas como aclamação e retorno de Vera Lúcia Correa a presidência. No ano de 2015, traz Severo Luzardo como seu carnavalesco. além do retorno da porta-bandeira Raphaela Caboclo que formar par com o mestre-sala Feliciano e Cremilson Silva sendo o cantor principal, oficializado perto do desfile. pois inicialmente era composto por Alex Ribeiro, Arlindo Netto, Lucas Donato e do própio Cremilson. sendo Lucas desistido pra ser apoio da Grande Rio. entretanto terminou na terceira colocação.
Para 2016, a escola homenageia um de seus icones (Silas de Oliveira) com a continuação do carnavalesco Severo Luzardo e agora tendo o renomado intérprete Pixulé, como seu novo cantor.

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