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quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Dezoito anos sem Renato Russo

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Dezoito anos sem Renato Russo: relembre as polêmicas frases do compositor

Por: Luciana Flores



Neste sábado (11), completou 18 anos que o Brasil perdeu um dos maiores compositores e intérpretes do rock nacional, Renato Russo. Para comemorar a data, várias homenagens foram feitas Brasil afora. Segundo o site oficial do cantor, criado por seu filho, Giuliano Manfredini, através da Legião Urbana Produções Artísticas, fã-clubes de todo o país se mobilizaram para realizar diversos encontros ‘legionários’ para manter vivo o legado do artista.

A lista de eventos foi enorme em todo o país na data em que o ídolo faria 54 anos: teve o 7º Encontro Legionário de Brasília; as bandas Black Code e Mandrake farão um tributo em Manaus; o 2º Encontro Legionário de Blumenau (SC); o cantor Renato Giraldi faz um show com repertório em homenagem a Renato no Star Cultura, no bairro Limão (SP); a banda Mais do Mesmo fará duas horas de show no Teatro Rival, na Cinelândia (RJ); e no domingo (12), acontecerá o 2º Encontro Legionário da Liberdade, em Belo Horizonte.

E ainda não acabou. Dia 19, em São Matheus, São Paulo, aconteceu o Encontro Legionário Filhos da Revolução, um evento beneficente com Kadu Lambach (o Paraná, primeiro guitarrista da Legião Urbana), que convidou Egypcio (Tijuana/Urbana Legion) para uma participação especial. Além deles, outras cinco bandas de rock 80 participaram do evento.


Renato Russo – 18 anos sem o compositor (Foto: Reprodução site oficial Renato Russo)

Outra ação na data foi o lançamento da Rádio Intérprete, no portal Renato Russo, com um set list de vários artistas que regravaram obras do artista, como Cássia Eller, Biquini Cavadão, Zelia Duncan, Pato Fu, Fagner & Angela Maria, Titãs e Tiago Iorc. “A Radio Interprete mostrou a densidade e profundidade das músicas do meu pai nas vozes de outros intérpretes. São cantores que consideram a obra do Renato Russo e da Legião e isso mostra o quanto as canções que ele deixou para nós são queridas e universais. Quero muito agradecer o carinho de todos e gostaria que as pessoas se sentissem ainda mais próximas a meu pai”, disse Giuliano.

Renato Russo continua contemporâneo, um poeta que escrevia e falava sobre qualquer assunto, politizado, inteligente e sensível. A coluna separou algumas frases do compositor em vários âmbitos e, como política é um assunto superatual, suas conjecturas que nunca vão ficar demodè.



Relembre as polêmicas frases do compositor:
“Censura, não. Nunca! Tudo bem, as pessoas têm o direito de se expressar… Mas ‘mulher é tudo vaca’ é o cúmulo.
“Broxante, para mim, é a estupidez, é a pretensão”.
“A capital das drogas… das drogas e dos suicídios. Mas, tudo bem, não vamos falar mal de Brasília”.
“Olha, a ignorância é vizinha da maldade. Isso é batata. Mas o que está acontecendo no Brasil, eu acho que talvez seja o último estágio. Isso vem desde o descobrimento do Brasil. Para cá vieram ladrão, louco, preso político, entendeu? Essa corja está aí até hoje. O povo, mesmo, está todo mundo ciente disso”.
“Nós já cantamos o caos, a situação desesperadora do país. E, agora, o que resta? O caos continua aí”.
“Eu estava lendo Brecht, depois de anos. Gente, aquilo lá parece que foi um garoto da UnB (Universidade de Brasília) que escreveu! Mas, batata, está tudo lá! Tem uma frase que diz: ‘Quando os governos começam a dizer que não vai ter guerra, é porque a guerra já está acontecendo’.
“A maior agressão para um jovem é morar em Brasilia, você vê todas aquelas coisas acontecendo no Planalto, no Congresso e não pode fazer nada”.
“O pessoal da autoajuda é uma coisa fabulosa. Lembro que frequentei reuniões do grupo Arco-Íris, formado por gays e era muito bom ver que as pessoas se reúnem porque têm um problema em comum e a vontade de vencê-lo”.
“Ora bolas, nós estamos numa sociedade que tem 60 por cento de analfabetos. Eu prefiro falar numa linguagem simples, mas dizendo coisas que realmente me são caras, preciosas, tipo: ‘Disseste que se tua voz fosse igual à imensa dor que sentes, teu grito acordaria não só a tua casa, mas a vizinhança inteira’. Isso poderia ter sido escrito há dois mil anos, como pode ter sido escrito agora. Daqui a dois mil anos, ainda vai existir vizinhança”.






“Você sabe, não é legal falar isto, mas quem é realmente saudável tem menos possibilidade de contrair AIDS. Não faço mais as loucuras que fazia antigamente. E têm certas coisas que caem na área da dúvida, como sexo oral, por exemplo”.
“O que a gente precisa é de decência, sabedoria, comida e trabalho para as pessoas. E foda-se o resto. Eu não falo isso demagogicamente. Eu não preciso mentir, eu nunca menti. Quer dizer, eu já menti aqui e ali, mas não é aquela coisa: ‘Oh, ele é falso… ele atira em sua própria gente para provar que não é um deles’. Isso tudo está voltando, a gente está no fim dos tempos”.
“No Brasil, não dá mesmo pra separar homo de hetero, porque todo mundo sabe que brasileiro adora bunda, sexo anal”.
“O ato sexual não tem nada a ver com sua opção. Tanto é que eu tive um filho e namorei mulheres”.
“Não acredito que uma pessoa tenha definição de sua vida sexual até os 25 anos. A pessoa não está formada. Para mim, é absolutamente normal”.
“Eu estou evitando remédio. O melhor remédio hoje em dia, para mim, é sexo, amor e saúde”.
“O modelo hetero oprime as pessoas. Está na hora de se respeitar os direitos dos que têm sensibilidade diferente”.
“Eu sempre gostei de meninos – eu gosto de meninas também -, mas eu gosto de meninos. Como é que não é natural?”.
“Giuliano (filho de Renato) precisa de uma boa base, porque na nossa sociedade não existe espaço para uma criança filha de um roqueiro gay. Nós não temos um padrão de comportamento de pai e filho, mas temos uma dose de disciplina e respeito muito grande”.
“O jovem é jovem desde que o mundo é mundo. O que eu acho um crime é a falta de perspectivas para o jovem no Brasil”.
“Assumo que bebo: se eu não tiver uma ou duas doses, não saio de casa, nem subo num palco”.
“Evite a primeira dose. Eu sempre fui alcoólatra. Eu tenho amigos alcoólatras e vejo o processo dessas pessoas”.
“Vou escrever um livro quando chegar aos 50 anos. No fundo, quero ser imortal”.
“Eu sou um monstro, não é? Eu sou arrogante, egoísta, ambicioso, pedante… Ah, eu me acho o máximo”.
“Cigarro é foda! Eu estou tentando parar, mas não consigo: eu adoro. Além de ser um viciado, eu gosto”.
“Queria ter gravado uns chorinhos em inglês, falando mal de todo mundo”.
“Afinal, amar o próximo é tão demodè”.


Renato e amigos – com Marisa Monte, com os Paralamas do Sucesso, Cazuza e Paulo Ricardo (Foto: Reprodução site oficial Renato Russo) 

Fonte : Site euvejofloresemvoce 

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