radio verdade

radio verdade

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Um pouco de história do samba -Império Serrano e Silas de Oliveira






Heróis da Liberdade – Império Serrano 1969


O samba nos anos negros da nossa história. O ano era 1969 e o AI-5 ainda estava cheirando a novo quando o Império Serrano levou para a avenida Presidente Vargas talvez o samba mais lindo de sua história e também o mais provocador. Silas de Oliveira, Mano Décio da Viola e Manuel Ferreira escreveram uma música que passa por várias épocas da nossa história: a Inconfidência Mineira, a abolição da escravatura e usaram até as primeiras notas do hino escrito por D. Pedro I para falar da independência do Brasil. Heróis da Liberadade é uma música sem tempo, uma música que nos ensina, nos motiva a lutar não somente pela liberdade do nosso povo, mas também a nossa liberdade individual principalmente quando diz:


Essa brisa que a juventude afaga
Essa chama
Que o ódio não apaga pelo universo
É a evolução em sua legítima razão

Chamados pelos censores, os autores foram obrigados a mudar a frase “é a REVOLUÇÃO em sua legítima razão” por “é a EVOLUÇÃO em sua legítima razão”. Mas o samba fala muito mais do que isso.

Passava noite, vinha dia
O sangue do negro corria
Dia a dia
De lamento em lamento
De agonia em agonia
Ele pedia o fim da tirania
Lá em Vila Rica
Junto ao largo da Bica
Local da opressão
A fiel maçonaria, com sabedoria
Deu sua decisão
Com flores e alegria
Veio a abolição
A independência Laureando
O seu brasão
Ao longe soldados e tambores
Alunos e professores
Acompanhados de clarim
Cantavam assim
Já raiou a liberdade
A liberdade já raiou
Essa brisa que a juventude afaga
Essa chama
Que o ódio não apaga pelo universo
É a evolução em sua legítima razão
Samba, ó samba
Tem a sua primazia
Em gozar de felicidade
Samba, meu samba
Presta esta homenagem
Aos heróis da liberdade
Ô, ô, ô, ô
Liberdade senhor!

SILAS DE OLIVEIRA



O extraordinário compositor SILAS DE OLIVEIRA nascido em 1916 no RJ, em faleceu em 20 de maio de 1972 quarenta anos atrás. Fundador do Império Serrano com Mano Décio da Viola, teve uma trajetória de composição de grandes sambas de enredo, além de canções que ficaram marcadas como Senhora Tentação na voz inigualável de ROBERTO RIBEIRO.Consta na vida de SILAS DE OLIVEIRA



Consta em sua vida a passagem intrigante de 1942, durante a juventude, pois serviu no 7º Grupo de Artilharia de Dorso – Campinho-Cascadura e estava no navio mercante Itagiba, afundado em 17 de agosto, pouco antes da entrada do Brasil na II Guerra Mundial. Muitos jovens da região de Madureira morreram neste incidente, porém Silas sobreviveu para construir mais tarde sua carreira como sambista.

Silas dedicou 28 anos de sua vida ao Império e nesse período fez 16 sambas-enredo para a escola, dos quais 14 foram apresentados no desfile oficial. Quando o amigo Mano Décio foi para a Portela, a dupla se desfez. Mas Silas continuou compondo para a Verde-e-Branco de Madureira, muitos sambas que tornaram-se clássicos do gênero, como ‘Aquarela Brasileira’ (1964), ‘Os Cinco Bailes da História do Rio’ – em parceria com Dona Ivone Lara e Bacalhau (1965), ‘Glórias e Graças da Bahia’ – com Joacir Santana (1966) e ‘Pernambuco, Leão do Norte’, com o qual enfrentou – e venceu – o antigo parceiro Mano Décio da Viola, que retornava à escola, em 1968. A última parceria dos dois grandes sambistas foi em 1969 com ‘Heróis da Liberdade’, num ano em que o jeito de fazer samba de enredo passava por grandes modificações, sobretudo no andamento acelerado, lembrando marcha carnavalesca.

Morte

No dia 20 de maio de 1972, Silas de Oliveira foi à uma roda de samba, pensando arranjar dinheiro para matricular uma de suas filhas no vestibular. No momento em que cantava ‘Os Cinco Bailes da História do Rio’, sofreu um infarto fulminante. Morreu
Entre seus sambas destacam-se:
“Heróis da liberdade” em parceria com Mano Décio da Viola e Manuel Ferreira.
“Pernambuco, Leão do Norte” .
“Glória e graça da Bahia” em parceria com Joacyr Santana.
“Os Cinco Bailes da História do Rio” em parceria com Dona Ivone Lara e Bacalhau.
Aquarela Brasileira




Fonte:Blog mais memória








Nenhum comentário:

Postar um comentário