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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Primeira noite de desfiles das escolas de samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro

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A primeira noite de desfiles das escolas de samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro teve política, literatura e música cantados em sambas-enredos. Alegorias grandiosas foram vistas do início ao fim do desfile, mas Salgueiro e Beija-Flor levantaram mais o público com suas torcidas numerosas. A Grande Rio causou frisson com Ivete Sangalo na Sapucaí, e a Imperatriz emocionou com a homenagem a lideranças indígenas do Xingu.


Paraíso do Tuiuti

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Marcado pelo atropelamento de mais de 20 pessoas por um de seus carros alegóricos, desse total, oito foram hospitalizados e uma corre o risco de ter uma das pernas amputada. A escola foi a primeira a desfilar pelo Grupo Especial do Rio na noite de domingo em seu retorno à elite do samba carioca após 16 anos. O presidente da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), Jorge Castanheira, disse logo após o ocorrido que o acidente é provavelmente inédito na Sapucaí. "Pelo que eu saiba é a primeira vez que acontece um acidente dessa gravidade", disse ao fim da apresentação da escola, quando ainda não tinha mais detalhes do acidente. O número inicial de vítimas era quatro.
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Os casos com maior gravidade são de três mulheres que foram encaminhadas para o hospital municipal Souza Aguiar, no centro, o mais próximo da Marquês de Sapucaí, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. A pasta, no entanto, não informou quais são as lesões. Outras cinco vítimas, com menor gravidade, foram levadas para o hospital Miguel Couto, no Leblon.




O administrador Rodrigo Sodré, 37 anos, estava em cima do carro acidentado, e contou que a situação causou nervosismo. “Deu para ver o carro amassado. Deu uma angústia muito grande.” Apesar do ocorrido, ele disse confiar que a escola fez um bom desfile.
A Paraíso do Tuiuti fez o que pôde para não ter seu desfile abalado pelo desastre. A escola abordou o movimento antropofágico modernista e o Tropicalismo, entrando na Sapucaí com muitas cores da fauna e da flora nacionais.

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Grande Rio
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Aguardada com ansiedade para estrear na Sapucaí, a cantora Ivete Sangalo chegou e saiu da avenida cercada de seguranças duas vezes. Em uma aposta arriscada, a Grande Rio trouxe a cantora na coreografia da comissão de frente, e, quando Ivete chegou à dispersão, um carro estava à espera para levá-la às pressas para a última alegoria. O plano funcionou, e o público saiu ganhando com a diva passando duas vezes pelo sambódromo.

Segunda escola a passar pela Sapucaí neste domingo (26), a Acadêmicos do Grande Rio fez uma linda e merecida homenagem para Ivete Sangalo, com o enredo "Ivete de Rio a Rio".

A grande novidade foi que a cantora desfilou como componente da comissão de frente representando uma ribeirinha, que lembrava sua infância. A participação de Ivete na abertura do desfile foi algo inusitado para um homenageado por uma escola de samba, que geralmente vem no útimo carro alegórico.

Mas a presença de Ivete na Sapucaí não acabou por aí. Depois de arrasar no chão, ela saiu da passarela e entrou em um carro que a esperava na dispersão, em um forte esquema de segurança, e voltou para a concentração. Lá, ela subiu na última alegoria, ao lado do filho, Marcelinho, e do marido, Daniel Cady, para fazer o público vibrar mais uma vez.

De olho no título inédito, a Grande Rio contou com o carisma e energia da cantora para fazer um belo desfile. A escola levou toda a trajetória de Ivete para a avenida, desde sua infância em Juazeiro, até a fama e a conquista de uma legião de fãs em Salvador, no Brasil e no mundo.
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Algumas alas relembraram grandes sucessos da cantora, como Festa, O Meu Amor é Canibal, Dalila. O primeiro show internacional de Ivete, no Madison Square Garden, em Nova York, também foi lembrado no desfile da Grande Rio.

Amigos famosos de Ivete, como Xuxa, a rainha de bateria Paloma Bernardi, Murilo Rosa, Fernanda Tavares, Mariana Rios, Reynaldo Gianecchini também fizeram questão de prestigiá-la.


Imperatriz
                                

O desfile da Imperatriz Leopoldinense teve como grandes estrelas os indígenas do Xingu, cujos clamores por direitos e sustentabilidade foram amplificados por um enredo que chegou a ser criticado por setores do agronegócio. O cacique caiapó Raoni Metuktire, 86 anos, foi destaque em um carro alegórico dedicado a ele e teve a ajuda do neto Beptuk Metuktire, 22 anos, para traduzir sua mensagem de agradecimento para o português.

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“Que bom que os brancos lembraram de nós, porque tem muito impacto o que vem causando na população indígena quando querem destruir nossos parques e florestas e poluir os rios”, disse o cacique.
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Para Ianacula Kamayura, 61 anos, não foi surpresa que o enredo tenha incomodado o agronegócio. “Como indígenas do Xingu, ficamos muito emocionados de poder estar aqui diante dessa multidão para trazer à tona todos os nossos problemas”, disse o indígena. “O enredo fala mais do respeito, da necessidade de preservar a terra. Mas a verdade, às vezes, dói.”


Vila Isabel
A Vila Isabel contou a influência da cultura negra em ritmos que conquistaram o continente americano, como o próprio samba, o blues, o soul, o rap e o hip hop.

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O carnavalesco Alex de Souza apostou na imagem de cantores consagrados e figuras que representam clássicos musicais para dar forma aos ritmos negros. Ele disse ter ficado satisfeito com o resultado, mas não viu o público tão empolgado. 
Representando o bairro na zona norte da Rio, a Vila Isabel tem a segunda maior quadra dentre as agremiações do Rio de Janeiro perdendo apenas para a Mocidade.
                 

A escola de 70 anos traz em sua história ícones do samba como Noel Rosa e Martinho da Vila. A escola de Vila Isabel apresenta este ano uma abordagem da influência negra na formação cultural latino-americana com o enredo “O Som da cor” ao som sua bateria conhecida como Swingueira de Noel.
“A escola fez um desfile bonito, mas vamos ver. Acho o público de domingo muito frio. Não sei se a escola não empolgou.”



Salgueiro

                  
Com alegorias grandiosas e fantasias ricas, o Salgueiro levantou a Sapucaí com um enredo que começou no inferno e percorreu o caminho da Divina Comédia em direção ao céu.

                                 

No caminho, a escola encontrou uma avenida suja de óleo, que foi derramado nos desfiles anteriores. A presidente Regina Celi chegou a reclamar no alto-falante do Sambódromo e serragem foi usada para amenizar o problema. Estrela da escola, a rainha de bateria Viviane Araújo sentiu o chão mais escorregadio, mas contornou o problema sambando com mais atenção. “Foi meio tenso”, disse, na saída do desfile.

Fundada em 1953 a partir da fusão de duas escolas de samba do Morro do Salgueiro, o grêmio recreativo conquistou nove títulos do carnaval do Rio. Destacando o de 1993 com o enredo “Peguei um Ita no Norte” que trouxe um dos refrões mais entoados em blocos de rua até hoje, explode coração na maior felicidade….

Já passaram por seus barracões grandes nomes do carnaval como Joãozinho Trinta, Fernando Pamplona e Rosa Magalhães. Parte do Grupo Especial dos desfiles das escolas de samba, o Salgueiro leva na bandeira as cores vermelha e branca embaladas pelo ritmo da bateria Furiosa.
                            
A passista Michele Alves, 31 anos, chamou a atenção do público por sua gravidez de cinco meses. Com um sorriso enorme na dispersão, ela contou que foi a segunda vez que desfilou grávida. “Parece que meu coração vai sair do peito, mas estou muito satisfeita e espero pelo título. É muito gostoso, por isso que voltei.”
                               


Beija-Flor

A última escola desfilou já com o dia claro, mas contou com o apoio da torcida, que não se deixou vencer pelo cansaço depois de mais de oito horas de desfiles.

                                     Desfile da Beija-flor inovou e encerrou o primeiro dia com chave de ouro (Crédito: Yasuyoshi CHIBA / AFP)
A Beija-Flor recontou a história de Iracema em um desfile com alegorias e fantasias luxuosas e coloridas, que compensaram a desvantagem de desfilar durante o dia. O samba fácil de cantar estava na ponta da língua dos integrantes da escola, e logo foi aprendido pela arquibancada.

Homenagem aos índios


Fechando um ciclo temático que se iniciou em 2015, a Beija-Flor levou 3.800 componentes para homenagear as raízes indígenas do povo brasileiro inspirada pelo clássico romance “Iracema”, de José de Alencar. Na contramão dos desfiles luxuosos e grandiosos e de deixar qualquer um boquiaberto com a complexidade das alegorias, a escola de Nilópolis optou por algo mais “rústico” e menos elaborado – de acordo com o carnavalesco, a escolha foi consciente para se adequar melhor ao tema.

A agremiação de Nilópolis inovou ao substituir alas por “atos”, misturando integrantes em uma espécie de grande tapete carnavalesco, com muitas coreografias e encenações inspiradas na história de amor do livro.

                                              O desfile da Beija-Flor cativou o público na Sapucaí



O maior destaque da Vila Isabel foi Sabrina Sato, que brilhou como rainha de bateria com uma fantasia bem ousada e um tapa-sexo pequeno, além do seu black-power loiro. Ela embalou a bateria, que usou fantasias de cantores de rap com luzes de led.
Resumo do desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro

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O desfile das escolas do Grupo Especial continua na noite desta segunda. Confira a programação:

22h - União da Ilha
23h25 - São Clemente
00h50 - Mocidade
2h15 - Unidos da Tijuca
3h40 Portela
4h50 Mangueira

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