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domingo, 21 de setembro de 2014

Festival de Brasília do Cinema Brasileiro 2014



Festival de Brasília do Cinema Brasileiro 2014 acaba de divulgar as datas da 47ª edição do evento. Este ano, o festival que é considerado o mais antigo do gênero e apresenta as melhores produções do cinema brasileiro, acontecerá no tradicional Cine Brasília entre os dias 16 e 23 de setembro.
Este ano, o homenageado será o cineasta Glauber Rocha e Eduardo Coutinho, um dos documentaristas mais importantes do país que faleceu no dia 2 de fevereiro com 81 anos.
Os interessados em enviar uma produção para o festival, já podem realizar a inscrição no site oficial do evento. Podem participar produções do tipo curta e longa metragem, 35mm, documentário, animação, digital, P/B, ficção e cor.
A programação e o filme de abertura do festival ainda não foram divulgados, mas o público poderá conferir apresentações de filmes, participar de bate-papos, conferir palestras e participar de oficinas.
O documentarista Eduardo Coutinho foi homenageado neste domingo (21) no 47º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Especialistas em cinema, amigos e admiradores debateram a obra cinematográfica de Coutinho.
Para a documentarista Beth Formaggini, Coutinho deixa importante legado. “Com ele aprendemos muito sobre a ética, com a relação do diretor com o personagem, com as pessoas reais que ele transforma em atores. Ele radicaliza no filme, no jogo de cena, que você não sabe quem é o ator. A transformação da pessoa real em um ator que se autorrepresenta é uma coisa que ele conseguiu fazer e que deixa de herança”, disse Formaggini.
Além da homenagem, foi apresentada a segunda reimpressão do livro Eduardo Coutinho de Milton Ohata. O livro foi lançado em 2013, com a presença do cineasta, na Mostra de Cinema de São Paulo. É uma obra cronológica que reúne textos próprios de Coutinho, entrevistas e críticas.
“O Coutinho foi responsável por colocar o documentário brasileiro no mesmo nível do grande cinema de ficção brasileiro. Foi uma figura ímpar porque ele começou com um trabalho muito individual e, de repente, todo o trabalho dele virou uma referência para todos. Espero que a homenagem ajude a ampliar o público dos filmes dele e que o livro ajude a divulgar sua obra”, disse Milton Ohata.
Para Pedro Coutinho, filho do cineasta, Brasília foi um marco na carreira do pai, após a premiação de melhor filme para Santo Forte, na edição de 1999 do festival. “Ele teve momentos difíceis na carreira, e foi quando ganhou o prêmio em Brasília que voltou para o cinema de uma vez, com documentários em sequência para fazer o que ele pensava. Com a experiência e o apoio de amigos e produtores, ele conseguiu fazer só os filmes que ele queria, então era sempre muito feliz”, disse o filho Pedro.
Além do seminário e da apresentação de seis documentários, na terça-feira, no encerramento do festival, será exibida a cópia restaurada do filme Cabra Marcado para Morrer, de 1984. O filme é uma narrativa da vida de João Pedro Teixeira, um líder camponês da Paraíba, assassinado em 1962. As filmagens sobre sua história, interpretada pelos próprios camponeses, foram interrompidas pelo golpe militar de 1964. Após 17 anos, Coutinho retomou o projeto, cujo tema passa a ser o drama da família durante o regime militar.
Eduardo Coutinho, de 81 anos, foi encontrado morto no dia 2 de fevereiro, dentro de casa, no bairro da Lagoa, no Rio. Dois dias depois, o filho do cineasta Daniel Coutinho confessou o assassinato.



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